No acumulado de sete dias, a campanha de Bolsonaro gastou uma média de R$ 513,9 mil por dia em anúncios; a campanha de Lula tem veiculado média diária de R$ 439,3 mil nos últimos sete dias.
Na reta final das eleições presidenciais, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) acelerou o gasto com anúncios na principal plataforma da internet. Dados do Google mostram que, pela primeira vez desde o início da campanha, o candidato à reeleição gasta mais recursos para exibição de propaganda eleitoral no Google que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No acumulado de sete dias até ontem, 20 de outubro, a campanha de Bolsonaro gastou uma média de R$ 513,9 mil por dia em anúncios no Google. O valor indica salto de 257% na comparação com a média diária do primeiro turno. Só nas 24 horas de quarta (19) foram R$ 1,36 milhão.
Já a campanha de Lula tem veiculado média diária de R$ 439,3 mil nos últimos sete dias. O montante também cresce, mas com ritmo mais modesto que o concorrente: alta de 76% na mesma base de comparação. Os dados foram coletados ao meio-dia desta sexta-feira (21).
Centro-Sul e “as tias do Zap”
Nos últimos sete dias, a peça publicitária em que Bolsonaro mais colocou recursos é um vídeo de 22 segundos em que o presidente pede votos e o apoio de vizinhos e amigos e é exibido apenas no Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil. São contabilizadas mais de 10 milhões de exibições para homens e mulheres de todas as idades.
A segunda peça com mais verba teve veiculação destinada apenas às mulheres. O vídeo de 38 segundos está programado para não ser exibido aos homens e mulheres com idade abaixo de 35 anos. Nele, o presidente se dirige às “minhas tias do Zap” e pede que elas compareçam às urnas no segundo turno.
Covid, religião e Minas Gerais
Na campanha de Lula, a peça com mais verba nos últimos sete dias teve a veiculação removida por “violação de política”, mas sem detalhes do conteúdo. As duas campanhas têm tido peças removidas por infringir as políticas da própria plataforma ou a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em seguida, a peça com mais verba foi a que usa o mote “Bolsonaro nunca mais” e critica a atuação do presidente no combate à pandemia. O vídeo de 31 segundos teve entre 9 milhões e 10 milhões de exibições em todo o Brasil, para mulheres e homens, e de todas as idades.
A segunda peça veiculada com mais verba na última semana usa, em tom crítico, trechos da visita de Bolsonaro ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida em 12 de outubro e destaca o mote “Chega de usar a religião para fazer política”. A peça teve de 7 milhões a 8 milhões de exibições no Brasil todo e foi configurada para ser direcionado especialmente ao público em Minas Gerais.
Gastos acumulados
Desde o início da corrida eleitoral, a campanha de Lula lidera o gasto em propagandas no Google: R$ 16 milhões em 2.351 diferentes anúncios, sendo 87% da verba em vídeos e 13% em textos e links. Bolsonaro, por sua vez, gastou R$ 9,6 milhões em 610 anúncios, sendo 87,5% em vídeos, 10,7% em textos e 1,6% em gráficos.
Fernando Nakagawa, da CNN