Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontam que o ministro da Previdência não deve permanecer no cargo.
Apesar da ausência de provas de sua participação no esquema de descontos ilegais de aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), prevaleceu a ideia de que ele não tomou providências para deter o problema e também não reagiu como deveria após a explosão do caso.

Segundo ao menos dois auxiliares do governo, Lupi pode deixar o cargo ainda nesta sexta (2/5). O ministro e o presidente devem se encontrar nesta tarde. Segundo um interlocutor do ministro, o chefe da Previdência está “muito desconfortável” desde o anúncio da escolha do novo presidente do INSS, da qual ele não participou.
Interlocutores do presidente fazem questão de lembrar que o esquema foi instalado em governos anteriores. Frisam ainda que as investigações foram iniciadas na gestão de Lula, incluindo agora a escolha de um novo presidente do INSS com perfil de “xerife”. O procurador Gilberto Waller Júnior foi escolhido para chefiar o instituto.
Segundo a investigação da PF e da CGU, o esquema de fraude no INSS teria começado em 2016, ainda na gestão de Michel Temer (MDB), mas ganhou força a partir de 2019, no mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e atingiu a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato do presidente Lula. O aumento atípico nos últimos anos — com movimentações no Congresso que impediram regras mais duras para esses débitos — chamou a atenção.
Apesar do esforço saneador do governo, há o diagnóstico de que a Lupi coube a pecha de omisso. A avaliação é que sua permanência é insustentável.
A expectativa é que, sob pressão, o próprio ministro entregue o cargo. A ministra Gleisi Hoffmann está encarregada dessa articulação, segundo fontes.
Lupi é presidente licenciado do PDT e a condução do processo requer delicadeza. A aposta no Palácio do Planalto é que sua saída seja consumada ainda nesta sexta-feira (2). No mais tardar, segunda-feira.
Com informações do Estado de Minas