O custo para acabar com a fome e a desnutrição é menor do que o valor gasto pela falta de ação contra esses problemas.
A informação está num relatório apresentado nesta segunda-feira (29) pela Cepal, o braço da ONU para América Latina e Caribe e outras entidades ligadas a organização como a FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação,
Segundo a entidade, desde o início da pandemia da covid-19, o número de pessoas que sofrem com a fome aumentou.
Hoje, no mundo, são 800 milhões nessa condição; 150 milhões a mais em relação a 2020. Só na América Latina e no Caribe, 43 milhões de pessoas passam fome.
De acordo com a FAO, são necessárias várias ações para acabar com a fome e desnutrição na região, como explicou o representante da organização, Mario Lubetkin.
Segundo Mario Lubetkin, ações como essas podem custar aos países cerca de 1,5% do PIB, ou seja, de toda a riqueza produzida.
Ao passo que o custo pela falta de ação contra esses problemas é muito maior.
Segundo o relatório, as causas disso vão desde os impactos econômicos sobre os sistemas de saúde até questões relacionadas à perda de produtividade.
A crise climática, segundo o relatório, também influência fortemente a insegurança alimentar e nutricional na região.
Por isso, medidas de financiamento climático poderiam antecipar ações para evitar efeitos negativos sobre a produção agrícola, com a seca provocada pelo El Niño. E seguros contra quebra de safra poderiam promover um novo plantio e minimizar a falta de alimentos.
Por Oussama El Ghaouri – repórter da Rádio Nacional – Brasília