Por Gleison Fernandes – Jornalismo da UCA.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), segue apostando na retórica da unidade da base aliada para 2026, mas evita enfrentar as disputas internas que já começaram a emergir nos bastidores. Durante entrevista, o chefe do Executivo estadual reforçou que PT, MDB e PSD devem caminhar juntos nas próximas eleições, mas, quando questionado sobre os nomes que disputam espaço na chapa majoritária, preferiu adotar um tom genérico e fugir do embate.

“É um direito de todo filiado do PT colocar seu nome à disposição para qualquer candidatura, até de presidente da República”, disse Fonteles, desviando do foco principal: a crescente disputa interna dentro do próprio partido e entre os aliados. Se, de um lado, petistas já ensaiam movimentos para o Senado, de outro, o PSD e o MDB não querem abrir mão de uma posição de destaque na chapa, especialmente após os resultados eleitorais de 2024.
Na prática, o discurso do governador soa mais como um adiamento do que como uma posição firme. Fonteles diz que as discussões devem acontecer apenas em 2026, mas a realidade é que os bastidores estão fervendo e, mais cedo ou mais tarde, ele terá que arbitrar a disputa. Enquanto isso, vai empurrando com a barriga, apostando na conversa fiada e evitando desagradar aliados que, mais à frente, podem cobrar espaço na aliança.
O grande questionamento que fica é: até quando Rafael Fonteles conseguirá manter esse discurso sem tomar decisões concretas? E, quando chegar a hora, conseguirá mesmo segurar todos os aliados sob o mesmo teto ou a unidade da base será apenas mais uma promessa política?