Nova regra deve tornar o custo da energia mais caro no pico e mais barato fora do horário de maior consumo
A conta de luz de parte dos brasileiros pode mudar em 2026. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), responsável por regular e fiscalizar o setor elétrico, estuda uma nova forma de cobrança que leva em conta o horário em que a energia é usada.
A ideia é simples: a eletricidade ficaria mais barata nos períodos do dia em que há muita geração, como o meio do dia e a madrugada, e mais cara nos horários de maior consumo, principalmente no início da noite.
Hoje, a conta de luz das nossas casas não muda mesmo que o consumo se concentre nos horários de maior geração de eletricidade.

A proposta da agência reguladora é trazer esse sinal de preço, em um primeiro momento, para residências de grande porte, comércios médios e pequenos estabelecimentos industriais.
A proposta está descrita em uma nota técnica, documento usado pela Aneel para apresentar estudos e recomendações antes de abrir uma consulta pública. Nessa etapa, a sociedade pode enviar sugestões antes que a agência decida se a mudança será adotada.
O estudo propõe que consumidores de baixa tensão com consumo acima de 1.000 kWh por mês, como pequenos comércios, indústrias e residências de grande porte, passem automaticamente a ser cobrados pela chamada tarifa branca, também conhecida como tarifa horária.
Essa modalidade já existe desde 2018, mas é opcional e teve adesão muito baixa. Desde 2020, qualquer consumidor pode optar pela tarifa branca, mas poucos sabem disso.
Agora, a Aneel quer inverter a lógica e torná-la o padrão para cerca de 2,5 milhões de unidades consumidoras, o que representa cerca de um quarto do consumo total de eletricidade da baixa tensão.
Baixa tensão é o tipo de fornecimento usado na maioria das casas, comércios e pequenos negócios. É a energia que chega direto pela rede comum das distribuidoras, nas tomadas de 127 ou 220 volts.
Camila Maia – Colunista do UOL







