O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o instituto pode não ter mais vacinas após o dia 14 deste mês.
Dez capitais brasileiras tiveram que suspender a vacinação contra a Covid-19 por falta de doses disponíveis. De acordo com dados da Confederação Nacional dos Municípios, 1.305 municípios tiveram que suspender parcialmente a aplicação de imunizantes por falta de doses da Coronavac.
As capitais são: São Luís (MA), Natal (RN), Maceió (AL), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Porto Velho (RO), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS) e Salvador (BA)
O Instituto Butantan, em São Paulo, que processa a Coronavac, alertou na quinta-feira (6) para uma queda na produção por causa de um volume menor de insumos vindos da China.
O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou em coletiva de imprensa que não deve ter mais doses da vacina Coronavac a partir de 14 de maio. Ele atribuiu o atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA), fundamental para a produção dos imunizantes, à postura do governo federal com a China, principal fornecedora dos insumos.
Dimas Covas reclamou da falta de diplomacia do governo federal com o país asiático e demonstrou preocupação com o impacto de declarações recentes de ministros e do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o país.
“Existe dificuldade. Há uma burocracia mais lenta e há autorizações reduzidas de volumes [do IFA]. Essas declarações têm impacto, e ficamos a mercê. Não vamos ter, de fato, condições de entregar. Pode faltar? pode faltar. E temos que debitar isso, principalmente, do governo federal, que tem remado contra”, disse.
(*Com informações de Carolina Figueiredo, Victoria Cocolo, Giulia Alecrim, Ludmila Candal e Tainá Falcão, da CNN, em São Paulo)
Renan Fiuza*, da CNN em São Paulo