Nesta segunda-feira (21), a moeda norte-americana recuou 1,43%, a R$ 4,9440.
O dólar fechou em queda de 1,43%, cotado a R$ 4,9440, nesta segunda-feira (21), com a moeda brasileira ostentando com folga o melhor desempenho global no dia diante do patamar elevado dos juros domésticos e da disparada dos preços das commodities.
É a primeira vez que o dólar fecha abaixo de R$ 5 desde 30 de junho (R$ 4,9728).
Investidores também reagiram à guerra na Ucrânia ainda sem sinal de cessar-fogo e se prepararam para uma semana recheada de divulgações, incluindo da ata da última reunião do Copom, do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central e da prévia da inflação de março (IPCA-15).
Com o resultado desta segunda, a moeda norte-americana acumula queda de 4,12% no mês e de 11,32% no ano. Veja mais cotações.
Já a Bovespa fechou em alta de 0,73%, a 116.155 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, os preços do petróleo têm alta de mais de 4% nesta segunda-feira, com o Brent sendo negociado acima de US$ 110 o barril, pressionado pela guerra sem fim à vista na Ucrânia e com países da União Europeia considerando se juntar aos Estados Unidos em um embargo ao petróleo russo.
Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União Europeia devem debater nesta segunda-feira novas sanções contra Moscou.
Até o momento as importações europeias de gás ou petróleo russo não foram afetadas pelas represálias, o que teria um custo elevado para os europeus, que dependem em grande parte dos hidrocarbonetos russos.
Nos EUA, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta segunda que o Fed tem que agir “rapidamente” para controlar a inflação alta demais. Segundo ele, a instituição pode realizar aumentos da taxa de juros maiores do que o normal para reduzir a alta dos preços.
“Há uma necessidade óbvia de agir rapidamente para retornar a postura da política monetária a um nível mais neutro e, em seguida, passar para níveis mais restritivos, se isso for necessário para restaurar a estabilidade de preços.”
Powell acrescentou que “se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando os juros em mais de 25 pontos-base em uma reunião ou reuniões, nós o faremos”. Até o final de 2023, as autoridades do banco central esperam que a taxa de juros esteja em 2,8%. A maioria dos membros do Fed vê o nível “neutro” como algo entre 2,25% e 2,5%.
As autoridades de política monetária do Fed subiram os juros na semana passada pela primeira vez em três anos e sinalizaram altas contínuas dos juros no futuro.
Por aqui, os analistas do mercado financeiro elevaram pela décima semana seguida a estimativa de inflação deste ano, que passou de 6,45% para 6,59%, segundo o boletim Focus do Banco Central. A previsão de crescimento do PIB deste ano passou de 0,49% para 0,50%.
Os analistas também elevaram a estimava para a Selic no fim de 2022. Agora, projetam que a taxa pode chegar a 13% ao final do ano. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 permaneceu em R$ 5,30.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
Com informações do G1