Pela primeira vez no ano, a projeção superou o limite de 4,5%, acima da meta central de 3%.
A previsão para a inflação no Brasil em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva e ultrapassou o teto da meta estabelecida pelo Banco Central. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (28), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve encerrar o ano em 4,55%, alta de 0,05 ponto percentual em relação à semana passada.
Pela primeira vez no ano, a projeção superou o limite de 4,5%, acima da meta central de 3%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desde 15 de julho, quando a estimativa era de 4%, o índice tem apresentado tendência de alta, registrando crescimento em 14 das últimas 15 semanas. A projeção para 2025 também foi revista de 3,99% para 4%.
Para os anos de 2026 e 2027, os analistas mantiveram a expectativa de inflação em 3,6% e 3,5%, respectivamente. O IPCA-15, indicador prévio da inflação, divulgado na última quinta-feira (24) pelo IBGE, registrou alta de 0,54% em outubro, contra 0,13% em setembro, com variação acumulada de 4,47% nos últimos 12 meses.
Além da inflação, houve revisão na previsão para o câmbio. O dólar, que era esperado a R$ 5,42, agora deve encerrar o ano a R$ 5,45, segundo os economistas ouvidos pelo Banco Central. As estimativas para o crescimento do PIB em 2024 também foram ajustadas, passando de 3,05% para 3,08%. Para os três anos seguintes, as projeções do PIB seguem em 1,93% para 2025 e 2% para 2026 e 2027.
A taxa Selic, principal instrumento do Banco Central para controle da inflação, permanece projetada em 11,75% até o final de 2024. Esta é a quarta semana consecutiva em que as previsões para a Selic são mantidas. O mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova dois aumentos de 0,5 ponto percentual nas duas últimas reuniões do ano, marcadas para a próxima semana e dezembro.