O atleta guadalupense deu um grande salto, da Série B do Piauí para a Copa do Nordeste.
A vida de Emerson Júnior tem reviravoltas dignas de novela.
Em outubro de 2019, o volante de 22 anos defendia o Cori-Sabbá, de Floriano (PI), em sua estreia como jogador profissional. Fez quatro gols na Série B do Campeonato Piauiense.
Três meses depois, o jogador é titular do River. Fez dois gols contra o CSA (AL) de Rodrigo Pimpão e companhia, na Copa do Nordeste. E na quarta-feira (5), ele deve enfrentar o Bahia, pela Copa do Brasil.
A vitória por 3 a 1, no sábado (1º), no estádio Albertão, foi marcada por lágrimas no gramado e emoção na entrevista coletiva.
Foi uma partida inesquecível.
A emoção vai além da comemoração pela reviravolta que o futebol proporcionou ao jovem da cidade de Guadalupe, 345 quilômetros ao Sul de Teresina (PI). Em um passado não muito distante, outra reviravolta quase o afastou do esporte de vez.
Há quatro anos, o jovem treinava nas categorias de base do Sport Recife (PE) quando os pais Jani Júnior e Joseli Rocha faleceram em um acidente de moto.
Foi deles e da avó paterna, dona Valdívia, que Emerson lembrou ao abrir o placar na vitória do River.
“O primeiro gol foi de muita emoção. É um gol muito especial, que eu sempre esperava, e que eu quero oferecer pro meu pai, pra minha mãe e pra minha avó, que hoje estão do lado de Deus”.
No pescoço, Emerson carregava um terço de madeira durante a coletiva de imprensa, objeto que a mãe fazia de questão de levar ao filho em suas partidas.
“Eram as pessoas que sempre me motivavam, sempre estavam do meu lado, para eu me dedicar no futebol profissional. E estou muito feliz por estar hoje aqui e eles dois terem me botado no mundo”.
Seu segundo gol, o terceiro do River, foi dedicado para a esposa Dhionária e os filhos Benjamim e Bernardo, que ajudaram o volante a retomar os rumos na carreira.
E se fizesse mais um gol, poderia dedicar a Anderson Kamar, presidente do Cori-Sabbá, que abriu as portas para Emerson começar no futebol profissional.
“Passa um filme tão grande… Realmente eu estava no amador. Tive a oportunidade do presidente Anderson Kamar me dar uma oportunidade na segunda divisão, pelo Cori-Sabbá, e hoje eu estou feliz por estar aqui no River, por eles terem me contratado. Hoje aqui é a minha casa e a minha família”.
Emerson e Kamar têm algo em comum. Os dois treinaram na escolinha Atletas do Futuro, em Floriano, quando garotos.
Por isso, o atacante e presidente do Cori-Sabbá conhece o volante há bastante tempo. Sabe dos momentos difíceis que o Emerson passou e garante que o futebol é a única oportunidade dele para crescer na vida.
“O Emerson é um excelente jogador, que no futebol é muito difícil de encontrar, porque ele é um jogador polivalente. Além de jogar em várias funções, ele te dá o resultado, tem boas chegadas na área e faz gol, que é o mais importante no futebol. A história do Emerson é de muita superação. O futebol é a vida dele, é a única coisa que pode dar uma vida melhor pra ele”.
O River agora faz parte das reviravoltas na vida de Emerson Júnior. O time que estava sem vencer em 2020 conquistou sua primeira vitória do ano com sua ajuda.
Se o destino reserva outras reviravoltas para Emerson Júnior, que sejam todas de sucesso.
Fonte: Cidade Verde/Na esportiva/Fábio Lima