O apresentador foi citado em uma das conversas como tendo dado uma dica para os investigadores da Lava Jato.
A Revista Veja e o site The Intercept Brasil fizeram uma parceria e divulgaram novas análises e partes das conversas de Moro no Telegram nesta sexta-feira (05). Os novos diálogos revelados mostram que o ex-juiz e atual ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, relatou ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, um encontro com o apresentador Fausto Silva, da TV Globo.
De acordo com Faustão, não há novidade na conversa divulgada e que são coisas que ele fala em seu programa toda semana há mais de 30 anos.
Na ocasião, em um diálogo registrado pelo Telegram no dia 7 de maio de 2016, Moro destaca que o apresentador da TV Globo sugeriu que os integrantes da operação mudassem a linguagem “para todo mundo entender”.
“Ele [Fausto Silva] disse que vcs nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender. Para o povão. Eu disse que transmitiria o recado. Conselho de quem está a (sic) 28/anos na TV. Pensem nisso”, escreveu Moro.
Procurado pela Veja e questionado sobre a autenticidade das mensagens, o apresentador confirmou e disse que realmente aconteceu aquilo que está transcrito nas mensagens.
Para o site Pragmatismo Político, a afirmação de Faustão derruba a tese — defendida pelo próprio Moro — segundo a qual as “mensagens podem ser falsas ou foram parcialmente adulteradas”.
A reportagem da Veja analisou 649 551 mensagens.
Segundo a reportagem, o atual ministro Sergio Moro, fora dos autos — e dentro do Telegram –, pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem.
Os diálogos também revelam que Sergio Moro comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado. Na privacidade dos chats, o ex-juiz revisou peças dos procuradores e até dava broncas neles.
A reportagem da Veja pode ser conferida aqui.
Com informações de Veja e Pragmatismo Político