‘Ideia é alimentar CFM com pesquisas’, diz coordenadora da comissão. Organização Mundial da Saúde já aceita espiritualidade como contribuição a ser considerada; entenda.
Você conhece a história de alguém que estava com uma doença muito grave e conta que se curou por um milagre? Pensando nessas histórias, onde a fé do paciente parece influenciar no tratamento médico, o Conselho Federal de Medicina criou a Comissão de Saúde e Espiritualidade.
A comissão vai funcionar junto ao Conselho, em Brasília e vai trabalhar com pesquisas e debates de casos clínicos, explica a coordenadora Rosylane Rocha. Atualmente, a ciência moderna, juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aceitam a espiritualidade como contribuição a ser considerada, “tendo em vista que os resultados observados parecem favorecer a saúde psíquica, social e biológica e o bem-estar do indivíduo”, dizem os médicos.

“A ideia [da comissão] é alimentar o CFM com o que tem de mais moderno em pesquisa, e ajudar médicos de todo o Brasil a conhecerem melhor o que é espiritualidade e como abordarem isso na prática clínica”, diz Rosylane Rocha.
O projeto para a criação da Comissão de Saúde e Espiritualidade já existia desde o fim de 2024, mas a portaria foi aprovada na última semana.
Prece e liberação de neurotransmissores do bem-estar no cérebro
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Muitas pessoas encontram na espiritualidade e religiosidade uma fonte de conforto. Pesquisas mostram que práticas como oração e meditação trazem serenidade e equilíbrio físico e mental.
Um dos objetos de estudo da comissão será a oração. Há pesquisas de médicos que já observaram que durante a prece há liberação de neurotransmissores do bem-estar no cérebro.
— Rosylane Rocha, presidente da Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM
A médica explica que espiritualidade não é uma questão religiosa. “Quando falamos em espiritualidade, não estamos falando sobre crença. Na própria comissão temos médicos e pesquisadores de diferentes credos. O que vamos estudar é como a prática da espiritualidade afeta nos casos clínicos dos pacientes“, conta Rosylane Rocha.
Por Brenda Ortiz, g1 DF