Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo da pasta, foi escolhido para assumir a diretoria de política monetária da autarquia
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (8) os dois indicados do governo para compor a diretoria do Banco Central.
De acordo com Haddad, Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo da pasta, foi escolhido para assumir a diretoria de política monetária da autarquia e o servidor Ailton Aquino dos Santos foi indicado para assumir a diretoria de fiscalização do BC.
As indicações ocorrem em meio a insatisfação do governo com Roberto Campos Neto e a escolha deixa aberta a possibilidade de Galípolo futuramente assumir o lugar do atual presidente do BC, cujo mandato vai se encerrar em dezembro de 2024.
“Ele está indo para lá com a autonomia necessária para cumprir a lei, a mesma lei que os outros sete membros do Copom tem que respeitar”, avaliou.
O ministro também anunciou quem substituirá Galípolo na Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda caso seu nome seja aprovado para compor a diretoria do BC. O escolhido foi Dario Durigan, que foi assessor especial de Haddad quando ele foi prefeito de São Paulo e hoje trabalha no Whatsapp no Brasil.
De acordo com Haddad, o anúncio de Galípolo só não foi feito antes porque esperava uma conversa com Durigan para que sua escolha para a Secretaria-Executiva fosse divulgada ao mesmo tempo. Essa conversa aconteceu no fim de semana.
O ministro disse que a primeira pessoa a sugerir o nome de Galípolo para a autoridade monetária foi o presidente do BC.
“A primeira vez que ouvi o nome do Galípolo no BC partiu do Roberto Campos Neto. Estava no G20 na Índia, fomos almoçar juntos e foi a primeira pessoa que mencionou o Galípolo no BC no sentido de entrosar as equipes [do BC e da Fazenda]. Depois dele, muitas outras indicaram [ele]”, disse Haddad.
A escolha de Galípolo foi feita, prosseguiu Haddad, com essa intenção de procurar um entrosamento entre BC e Fazenda. ” Todo mundo é testemunha do esforço feito de parte a parte no sentido de permitir coordenação maior das políticas fiscais e monetárias, dar um direcionamento único”, avaliou.
“Sempre fui um crítico do divórcio da política monetária e fiscal, até porque uso sempre a metáfora de que são braços do mesmo organismo trabalhando para o mesmo propósito”, continuou.
POR FOLHAPRESS