Mais de 75 mil estabelecimentos comerciais foram interditados por descumprir as regras de isolamento social no país. O levantamento exclusivo da CNN ainda contabiliza mais de 6,5 mil multas. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, as festas clandestinas geram diversas aglomerações.
No domingo (26), por exemplo, imagens feitas às 22 horas no extremo sul de São Paulo mostram uma multidão em um baile funk. Dias antes, na Zona Leste da capital paulista, outro baile toma a rua. No centro da cidade, foi uma praça que virou local de encontro: balada ao ar livre atravessando a madrugada.
A presidente da Associação dos Moradores da Consolação, Marta Porta, afirma que já reclamou três vezes por ofício da multidão. “Estamos preocupados. Parece que aqui é uma região que a Covid não pega”, disse à CNN.
Em São José dos Campos, no interior de São Paulo, a guarda municipal interceptou uma mensagem cancelando uma festa em uma chácara fechada. Em Nova Iguaçu (RJ), três bares abertos realizam shows.
As festas clandestinas são divulgadas nas redes sociais. Em vários lugares do país, o combate às festas clandestinas e bares lotados tem contado com homens fardados. Em Manaus, por exemplo, foram oito bares fechados em uma operação.
Em um sábado de julho, o município de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, chegou a ter 14 festas ao mesmo tempo. A prefeitura decidiu enfrentar o problema com um caminhão dos bombeiros adaptado para dispersar aglomerações, jogando jatos d’água de até 28 litros por segundo – o que equivale a uma força de 18 quilos, capaz de derrubar um pedestre ou uma moto.
“Somente a água não vai te causar o mal. Nossa equipe é preparada, nunca vamos deixar as pessoas sem a rota de fuga”, explica o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV).
A Polícia Militar de São Paulo afirmou que atua em todo o Estado para coibir aglomerações em festas e pancadões e que já realizou, desde o início da pandemia, mais de 1600 operações, que resultaram em 122 prisões na capital paulista.
Pedro Duran e Gabriel Passeri, da CNN, em São Paulo