A floresta é do Período Permiano da Era Paleozóica e tem mais de 280 milhões de anos.
Uma floresta petrificada descoberta em Altos, município ao Norte do Piauí localizado há 41 km da capital, Teresina, tem mais de 280 milhões de anos e é de um período anterior aos dinossauros. No local existem 70 troncos fossilizados de espécies de gimnospermas, sobretudo árvores como araucárias e pinheiros.
Em uma área de 10 hectares, localizada em uma reserva do Assentamento São Benedito, de responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Floresta Petrificada de Altos fica no interior do município, há 15 km ao Sul da sede da cidade, em uma área de mata de cocais.
Juan Cisneros, coordenador do Laboratório de Paleontologia do Centro de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estuda a região e dá detalhes sobre a floresta. “Ela fica na encosta de um morro. É uma área do Incra, que já tem uma certa proteção legal por ser parte da reserva de mata desse assentamento. Ela possui pelo menos 70 troncos petrificados, mas as pesquisas continuam e sempre encontramos mais troncos. É uma área que não é totalmente conhecida e é um grande campo para estudo”, revela.
A Floresta Petrificada de Altos, descoberta há cinco anos, tem características parecidas com a Floresta Fóssil de Teresina, localizada às margens do Rio Poti, que é a única do mundo dentro de uma capital. “Os troncos encontrados lá são de gimnospermas. Essa floresta tinha as mesmas características de Teresina. Ambas eram de um bioma de árvores deste tipo”, afirma o professor.
A partir destes troncos é possível identificar o clima e a vegetação do passado no Piauí, que tinha temperaturas bem mais frias que as registradas nos dias de hoje. “Isso mostra como o clima era diferente no passado e como foi evoluindo e mudando. O Piauí tinha uma floresta de climas temperados. Então o clima do Estado era mais temperado para ter essa vegetação”, considera.
Ambas florestas, tanto a de Altos como a de Teresina, são da mesma época. “Elas têm aproximadamente 280 milhões de anos. Talvez elas fossem parte de uma grande floresta que estamos encontrando a partir de fragmentos”, acrescenta o professor.
Para os pesquisadores, o local é valioso para estudo e também para a educação ambiental, podendo ser explorado de forma turística e sustentável. A ideia é que o espaços se torne uma área de proteção ambiental. “É um tipo de turismo que o Piauí explora bem, a exemplo do Parque Nacional da Serra da Capivara. É um turismo rural, cultural e científico. Isso pode ser uma fonte de renda para a população, além de lazer para turistas”, finaliza Cisneros.