Destaque no Jornal Nacional: No Sul do estado, não chove há mais de 60 dias. As chamas estão a menos de cinco quilômetros do Parque Nacional da Serra da Capivara e avançam em direção aos sítios arqueológicos que guardam os primeiros vestígios do homem nas Américas.
Por Gleison Fernandes
No Piauí, bombeiros estão combatendo fogo nos arredores de uma área que é patrimônio cultural da humanidade.
As chamas estão a menos de cinco quilômetros do Parque Nacional da Serra da Capivara e avançam em direção aos sítios arqueológicos que guardam os primeiros vestígios do homem nas Américas.
“Aqui nós temos medo do fogo. Mata tudo quanto é ser vivo”, diz um morador.
Não chove há mais de 60 dias na região. Vinte e quatro brigadistas do ICMBio trabalham diariamente para que as queimadas não cheguem ao parque, reaberto há quase um mês para visitação.
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“Aqui está muito seco. Eu vejo reportagens que os bichinhos, morrendo, queimados, isso é muito preocupante, sim”, lamenta Tiana Rocha, turista de São Paulo.
Só no mês de setembro, o Piauí teve 2.700 focos de incêndios, mais da metade do registrado no ano inteiro. Em praticamente todas as regiões do Piauí há fogo queimando na mata, que está bem seca neste período. Para piorar a situação, a força dos ventos ajuda a espalhar as chamas. E, esses dias, elas chegaram bem perto das linhas de transmissão que cortam algumas cidades localizadas na região Sul do estado.
Em Canto do Buriti, o fogo atingiu a rede elétrica. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente disse que vai capacitar brigadas locais para combater o fogo.
“Para que essas brigadas municipais possam tomar as primeiras atitudes de enfrentamento aos incêndios até que chegue a Secretaria do Meio Ambiente, até que chegue a Defesa Civil, até que chegue o Corpo de Bombeiros”, afirma Sádia Castro, secretária de Meio Ambiente do Piauí.
Enquanto o socorro não vem, os incêndios seguem provocando estragos.
“Um projeto que eu tinha lá, há mais de dez anos, de um dia para a noite foi destruído tudo. Como eu tinha plantado lá ipê, pau d’arco, que o mesmo ipê, e hoje eu vejo que perdi tudo”, lamenta Júlio Bastos, vigilante.
Com informações do JN