Raça Índio Gigante já faz parte da criação caseira de Leonardo Pontini, de Vargem Alta, no Sul do Espírito Santo, há mais de dez anos. O maior animal que ele já teve media 1,2 metro de altura.
Já imaginou um galo com mais de um metro de altura passeando pelo galinheiro? Essa é uma cena bem normal na propriedade de Leonardo Pontini, de Vargem Alta, no Sul do Espírito Santo. Por lá, galos que medem 1,18 de altura são a atração. E não para por aí: algumas aves já chegaram a ser vendidas por R$ 6 mil e os ovos, a R$ 1 mil a dúzia. Desculpe-nos o trocadilho, mas são “galos dos ovos de ouro” na região.
“Eu já comprei sabendo que eram gigantes, logo quando começaram a vir essa aves para o estado. A origem delas é de Minas Gerais e São Paulo. A gente adquiriu ovos das aves pela internet e eu também comprei aves de outros criadores”, explicou Leo.
O produtor mede um dos galos, batizado carinhosamente de Loki. Em cima da mesa, a real dimensão do tamanho dos animais, com mais de 1 metro. No vídeo, ele até comenta o nome dos pais do “pequeno” Loki: Cacaroto e Perfeitinha.
“Vamos fazer a medição de acompanhamento. Esse é o Loki, irmão do Bicho Loko. Confere aqui a medição com a trena. Zero, dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa, um metro, um e dez, um e vinte. Vamos colocar ele em cima da mesa aqui”, disse o produtor.
O maior galo que o produtor teve no terreiro chegou a medir 1,20m, maior do que o tamanho aproximado de uma criança de quatro anos.
“Galo dos ovos de ouro”
Os valores dessas aves gigantes no mercado também chamam a atenção. Uma dúzia de ovos da espécie é vendida por até R$ 1 mil. O produtor contou que a ave mais cara que ele vendeu chegou ao valor de R$ 6 mil.
Apesar do lucro, hoje a criação é outra. Atualmente, Leonardo segue vendendo ovos, pintinhos, frangos e frangas, mas os galos não entram na lista porque já são considerados da família.
“São como animais de estimação, a gente se apega na criação, todos têm até nome”, comentou Leo.
Em uma foto de quando a filha mais nova tinha oito anos, dá para ver e comparar o tamanho do animal.
“Meu maior galo hoje tem 1,18m, mas já tive de 1,20m. O Blackout que tem 1,18m, um galo preto.Já cheguei a ter 200 aves, mas hoje o custo da criação é muito caro, a ração é cara, e eu também trabalhando fora, a gente não tem muito tempo pra cuidar como se deve. Hoje, eu tenho de 25 a 30 aves”, disse o produtor.
Vira e mexe alguém passa pela criação curiosa querendo conhecer os galos. O produtor contou que o galo gigante já foi criado em grande escala, mas hoje a criação é somente por hobby.
“A produção dos ovos começa em agosto e elas põem, em média, 80, 100 ovos por ano. Ovos de tamanho normal, parecido com a galinha comum, mas o desenvolvimento das aves é acelerado, elas são precoces. Enquanto um frango caipira leva 1 ano pra chegar ao ponto de abate se for o caso. A espécie Índio Gigante com cinco meses já dava para abater, já pesaria três quilo e meio, quatro quilos, mas a gente não abate”, contou o criador
O galo ficou tão famoso que até procuram para tirar fotos com a estrela do galinheiro.
“A gente recebe bastante visitas. Muita gente que vem quer tirar foto com o galo gigante, quer conhecer, quer saber mais da raça. São aves muito dóceis e as minhas duas filhas também ajudam na criação, elas vêm aqui, catam os ovos. Ele é o mascote da gente”, comentou o produtor.
Por que tão grande?
Os galos ficam desse tamanho, com mais de um metro de altura, por causa da intervenção humana.
“O galo gigante é resultado de uma seleção genética. Vai cruzando os descendentes deles com outros. É uma seleção forçada pelo homem”, explicou o biólogo Helimar Rabelo.
Mesmo sendo criados a partir da intervenção humana, eles não foram feitos para brigas.
“Eles têm o coração pequeno, quase do tamanho de uma galinha normal. Esse é um dos fatores que ajuda a gente a ir contra um certo achismo popular de que o Índio Gigante foi selecionado pra briga. Para as pessoas, ele fica um galo mais potente. Mas não! Ele nem pode brigar, porque se ele se estressar muito, é comum essas aves morrerem por estresse. Então, como o coração é pequeno, apenas o tamanho do corpo é grande, eles podem infartar brigando”, explicou o biólogo.
Por Thomaz Albano e Viviane Lopes, g1 ES e TV Gazeta