IPCA acumulado é de 10,74%, e indicador teve maior alta em novembro desde 2015.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do Brasil, já acumula alta de 10,74% nos últimos 12 meses. Os dados de novembro foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10).
Apesar de uma redução no ritmo de alta, o valor para o mês foi o maior desde 2015. Um levantamento realizado por André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre-FGV, a pedido do CNN Brasil Business, aponta que a gasolina é a principal vilã para a inflação nos últimos 12 meses.
Ela acumula uma alta de 50,78%, contribuindo para cerca de 2,49 ponto percentual da alta do IPCA no período. Ela é seguida da energia elétrica residencial, com uma variação acumulada de 31,87%, e do etanol, que subiu 69,4%.
O levantamento considera não apenas a variação percentual, mas também o peso de cada item na composição do IPCA. Os preços dos automóveis novos, por exemplo, subiram 14,24% ante 15,99% dos automóveis usados, mas a contribuição deles na composição do índice é maior.
Também estão entre as dez maiores contribuições o gás de botijão (alta de 38,88%), gastos com refeição (7,46%), aluguel residencial (6,59%), frangos em pedaços (33,57%) e passagens aéreas (36,53%).
No caso dos combustíveis e do gás, a alta está ligada principalmente ao preço elevado do petróleo na cotação internacional. A Petrobras segue a cotação em sua política de preços, e a alta do dólar ante o real agrava ainda mais essa aceleração nos valores.
Já no caso da energia residencial, a alta ocorre devido ao reajuste nas contas de luz para arcar com os gastos de uso das usinas termelétricas, que estão compensando a geração de energia ameaçada com os baixos níveis nos reservatórios de hidrelétricas. No segundo semestre, foi criada a bandeira escassez hídrica, que aumentou as tarifas na conta de luz.
Em específico para o mês de novembro, analistas afirmam que a alta de alguns produtos, em especial os bens perecíveis, foi menor devido aos descontos oferecidos durante a Black Friday, que se estendeu pelo mês de novembro e foi além de categorias mais tradicionais, incluindo os alimentos.
João Pedro Malardo CNN Brasil Business