Com a alta dos casos de dengue no Brasil, especialistas alertam que gestantes devem redobrar os cuidados, na prevenção da doença. É que, na gravidez, a mulher compartilha seu sistema imunológico com o bebê e, por isso, fica mais suscetível a infecções, podendo evoluir para quadros graves.
De acordo com estudo recente, publicado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fiocruz Bahia, em parceria com a Universidade de São Paulo e a Escola de Medicina Tropical de Londres, a dengue hemorrágica aumenta duas vezes mais a chance de o bebê nascer prematuro, com baixo peso e problemas de desenvolvimento.
A boa notícia, segundo especialistas, é que com os cuidados necessários, a doença pode ser prevenida e controlada.
Ao participar da live “A epidemia da dengue no Brasil e na gestação”, promovida pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o presidente da Comissão Nacional Especializada de Doenças Infectocontagiosas, Regis Kreitchmann, ressaltou a importância de realizar exames e procurar orientação médica.
“É importante a gente saber nem toda paciente vai ser internada, nem toda paciente vai pra UTI ou corre risco importante de gravidade e morte. Então a gente tem que ter esse cuidado. Boa parte das pacientes a gente tem uma evolução muito tranquila. Cuidadosa, é claro”, disse Kreitchmann.
Durante o encontro, o professor Geraldo Duarte, da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo, destacou o impacto das alterações do clima na proliferação da doença.
“Essas dificuldades climáticas e mesológicas pra ele [mosquito Aedes aegypti], ele se adapta de uma forma muito rápido. Até o modo de voar, o barulho das asas no acasalamento tudo isso ele consegue fazer, consegue se adaptar para poder aumentar a sua força de reprodução. Então nós temos mudança climática, adaptação ilimitada do Aedes aegypti e o aumento do número de casos de dengue”, afirma Duarte.
A dengue é uma doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti, também transmissor da zika e Chikungunya. No entanto, diferente da infecção causada pelo Zika vírus, a dengue muito raramente está relacionada à malformação fetal.
Fonte: Agência Brasil