No podcast O Assunto, a jornalista diz que a lista de responsáveis pelo dia 8 de janeiro é maior que os bolsonaristas radicais que depredaram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Em conversa com Natuza Nery no episódio #875 do podcast O Assunto, a jornalista Miriam Leitão avalia os ataques terroristas de bolsonaristas radicais aos 3 Poderes, e comenta as consequências deste dia 8 de janeiro. Fica evidente, avalia Miriam, que “é preciso punir quem está financiando todo esse movimento golpista que vem de muito tempo antes, mas que se acentuou a partir da derrota de Jair Bolsonaro”. Ouça acima.
Na opinião da jornalista, há uma lista de responsáveis a serem punidos para além dos golpistas que estavam em Brasília. “Ela começa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos quatro anos construiu esse cenário com o seu golpismo insistente, diário, declarado e que jamais foi punido.”
“Eles estão sendo financiados há dois meses, pelo menos. São os mesmos financiadores, são os mesmos manifestantes. Eu estou em Brasília e os encontrei em bons hotéis, vi que toda a estrutura estava muito bem montada”, relata.
Miriam Leitão alerta também para a falha das inteligências de segurança, que poderiam ter evitado os ataques e depredações ao fazer o básico: proteger o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. E adiciona: “Era fácil isolar aquele área e isso não foi feito pelas forças de segurança do Distrito Federal”.
“A polícia do Distrito Federal já deu várias demonstrações antes de conivência com os atos anteriores. Demorou muito a agir, demorou muito a pedir prisão, as pessoas já tinham fugido, então, essa bolsonarização dos órgãos de segurança estava muito clara aqui em Brasília”, observa.
A jornalista também lembra que a polícia do DF é a mais bem paga do país e paga, inclusive, por cofres federais, “exatamente porque aqui tem a sede dos 3 Poderes e tem todo o corpo diplomático”.
Miriam Leitão classifica que existe crime “por ação ou omissão” por parte do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). “Durante todo o período que ele [Anderson Torres] foi ministro, ele deixou claro que além das suas funções de ministro do estado, ele era um bolsonarista militante”, lembra.
A responsabilização sobre o que aconteceu em Brasília recai também sobre o ministro da Defesa José Múcio, que, como reforça a jornalista, fez uma “avaliação absolutamente equivocada” em relação aos manifestantes que passaram meses em frentes aos quartéis. Ela ainda alerta para o “golpismo” em setores das Forças Armadas.
A lista de objetos danificados tem documentos, mesas, cadeiras, obras de arte, computadores e outros equipamentos eletrônicos. Como bem descreve Miriam, “os símbolos dos 3 Poderes foram profanados por pessoas completamente fora de controle, vândalos, terroristas que quebraram e destruíram o patrimônio público.”
Por g1