Ex-presidente está nos Estados Unidos desde dezembro e disse que será o líder da oposição contra Lula
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta terça-feira (14) a preocupação com a possibilidade de ser preso quando retornar ao Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao The Wall Street Journal.
Bolsonaro citou o caso do ex-presidente Michel Temer, preso no âmbito da Operação Lava Jato em 2019. Segundo o ex-comandante do Planalto, “uma ordem de prisão pode surgir do nada”.
Bolsonaro é investigado por falas antidemocráticas e ataques às urnas eletrônicas e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ainda é alvo de inquérito que investiga a reunião com embaixadores no ano passado e uma minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Questionado sobre a volta ao Brasil, o ex-presidente afirmou que retornará em março para fazer oposição ao governo Lula. Segundo Bolsonaro, não há ninguém outro líder de direita que possa bater de frente com o petista no momento.
Ele ressaltou que conversará com governadores e congressistas para defender pautas bolsonaristas. Para Jair Bolsonaro, o movimento de direita ‘não está morto’.
Sobre as eleições de 2024, Bolsonaro admitiu que estudará os candidatos e apoiar aqueles que forem alinhados ao bolsonarismo. Entre os alvos do ex-presidente estão as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Ataques em Brasília
Bolsonaro voltou a minimizar os ataques antidemocráticos de seus apoiadores no dia 8 de junho em Brasília. Para ele, não houve tentativa de golpe e reafirmou que não tem participação nos atos.
“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, disse.
“Eu nem estava lá, e eles querem me culpar!”, exclamou Bolsonaro.
Na época, bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. Mais de mil apoiadores do ex-presidente foram presos, além do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Bolsonaro ainda voltou a questionar o processo eleitoral. Para o ex-presidente, houve um processo tendencioso durante as eleições, mas disse que “perder faz parte do processo eleitoral”.
Por iG Último Segundo