Lucile Randon, conhecida como irmã Andrée, se esforçou para ir à missa até os últimos meses de vida
Considerada a pessoa mais velha do mundo, a freira francesa Lucile Randon, que como religiosa adotou o nome de irmã Andrée, morreu na madrugada desta terça-feira (17), ainda noite de segunda (16) pelo horário do Brasil. Nascida em 11 de fevereiro de 1904, ela tinha 118 anos.
Irmã Andrée foi reconhecida como a pessoa mais idosa no planeta depois da morte de Kane Tanaka, em abril do ano passado; a japonesa, que era a detentora do certificado do livro dos recordes, tinha à época 119 anos. Também em 2022, mas em janeiro, o espanhol Saturnino de la Fuente García, então considerado pelo Guinness o homem mais velho do mundo, morreu pouco antes de completar 113 anos.

A pessoa viva mais velha verificada pelo livro dos recordes foi a francesa Jeanne Louise Calment, que morreu aos 122 anos e 164 dias em 1997.
A história da irmã Andrée ficou mais conhecida em 2021, quando, cinco dias antes de completar 117 anos, ela se recuperou de uma infecção pelo coronavírus. Ela havia se contaminado na residência de idosos em que morava, em Toulon (sudeste francês) —na qual, dos 88 moradores, 81 foram infectados e 10 morreram.
Neta de um pastor protestante, Lucile nasceu na cidade de Alès, no sul do país, no ano em que Nova York inaugurou o metrô e quando o Tour de France, hoje a mais tradicional competição de ciclismo no mundo, havia sido disputado apenas uma vez. Ela se converteu ao catolicismo aos 27 anos e foi governanta antes de entrar para um convento em 1944, aos 40 anos. Depois da Segunda Guerra, cuidou de idosos e de órfãos por 28 anos no Hospital de Vichy.
Até os últimos meses de vida ela mantinha a lucidez e se esforçava para ir à missa todas as manhãs, sempre vestida com seu uniforme religioso e um pano azul cobrindo o cabelo. Devido à idade, irmã Andrée já tinha perdido a visão e usava uma cadeira de rodas para se locomover. Nos últimos dias, já debilitada, passou a ser observada de perto por profissionais especializados em cuidados paliativos.
POR MARSELHA | AFP e REUTERS