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Omar Sy explica por que não precisou de disfarces em “Lupin” sucesso na Netflix

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Ator confessa que conheceu personagem francês por meio de mangás japoneses.

Conhecido dos cinéfilos pelo papel de Driss no filme “Intocáveis” (2011)”, Omar Sy, 43, tem alcançado novas plateias com a série “Lupin”, que estreou recentemente na Netflix. Na trama, ele vive o imigrante senegalês Assane, fã de Arsène Lupin, o charmoso ladrão criado pelo escritor Maurice Leblanc.

Lupin é um dos mais célebres personagens da literatura francesa. Trata-se de um ladrão que usa diversos disfarces para alcançar seus objetivos, motivo pelo qual é o sonho de consumo de muitos atores do país europeu. Inclusive do próprio Sy, que sugeriu uma produção sobre o personagem anos atrás.

“Eu tinha lido várias propostas que nunca foram inteiramente satisfatórias e nós tínhamos procurado ‘nosso’ Lupin em todas as partes, mas sempre estava faltando algo”, diz Sy em entrevista cedida pela Netflix ao F5. “Quando [o roteirista e produtor] George Kay nos sugeriu essa versão, eu disse a mim mesmo que ele havia encontrado o Lupin que procurávamos há tanto tempo.”

Ele elogia o fato de a série ser centrada em Assane, o que acabou modernizando a história. “É difícil defini-lo porque, para mim, ele está constantemente em movimento”, afirma. “Ele é alguém que sempre avança e nada pode detê-lo. Para seguir em frente, algumas pessoas demolem tudo em seu caminho. Ele, por outro lado, desvia de tudo: avança, mas dominando a arte da evasão. Ele ziguezagueia! (risos)”

Sy define a trama de forma simples: “É sobre um órfão que encontra um pai em um livro”. “Ele substitui seu pai verdadeiro por um personagem fictício, em um livro que seu pai –o verdadeiro– deixou para ele”, explica. “E é com esse legado, com essa ferramenta, que ele vai vingar o pai. Porque Lupin é muita gente: é uma criança que quer vingar o pai, mas também é um pai que tem que deixar de ser obcecado pelo próprio pai para ser pai! Enquanto é um ladrão cavalheiresco, é claro.”

O ator, porém, descobriu os livros de Lupin de forma diferente, pelas mangás japoneses. “Minha geração fez a jornada completamente oposta: primeiro descobrimos o mangá e depois entendemos que ele foi tirado de um romance francês”, afirma. “Comecei a ler os livros quando me envolvi no projeto para me preparar para o papel. Foi quando percebi que lê-lo é completamente estimulante.”

Ele explica a opção por não se disfarçar como o personagem dos livros. “Queríamos evitar exageros em relação às encarnações anteriores do personagem”, diz. “Nosso objetivo era, principalmente, sugerir que ele só precisava ser de uma determinada classe social para desaparecer. Para isso, não adianta se maquiar: por exemplo, basta ser varredor para ficar invisível.”

Mesmo assim, ele ainda se multiplica em diversas personalidades. O preferido de Sy? “É o geek, com o chapéu laranja no terceiro episódio”, revela. “Tentei mudar minha voz, minha postura, minha entrega: é nessas pequenas variações que tentamos encontrar a transformação.”

Como o ídolo, Assane também tenta estar sempre um passo à frente da polícia, embora nem sempre seja bem-sucedido na tarefa. “Para Lupin, a polícia é uma ferramenta: ele desencadeia um evento que desperta uma reação da polícia que, no final, vai lhe servir bem”, avalia.

Um dos policiais também gosta dos livros de Maurice Leblanc, mas é fã de Gallimar, o policial do livro. “Então, naturalmente, sua obsessão é parar o Assane”, conta.

Assim como “Emily em Paris”, “Lupin” se passa na capital francesa. A cidade é mostrada, porém, de forma bem diferente. “Queríamos evitar clichês e mostrar a capital como ela realmente é, tanto pelos monumentos, pelos subúrbios, pelo metrô, pelos ônibus e até pelas catacumbas.”

“Era importante mostrar Paris em toda a sua diversidade e nem sempre com uma boa luz”, alfineta. “Era preciso ser específico sobre esse ponto porque, claro, a série vai dar a volta ao mundo, mas também vai ser vista por parisienses. Não queríamos esquecê-los, como tantos filmes e séries sobre Paris fazem.”

Um dos maiores cartões postais da cidade, o Museu do Louvre foi cenário para uma das gravações. Sy diz que as gravações no local foram menos complicadas do que ele imaginava. “Como o pessoal do Louvre sabia que estávamos filmando para a Netflix e que a série seria vista em todo o mundo, trabalhamos em condições ideais”, comemora.

“A certa altura, percebi estar na sala onde a Mona Lisa estava exposta.” Ele diz que botou o cronômetro no relógio para ver quanto tempo aquilo duraria. “Por 16 minutos, percebi estar sozinho com a Mona Lisa! Não conheço mais ninguém que tenha essa intimidade com a Mona Lisa! (risos).”

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