Política pública do Governo Federal, que hoje beneficia mais de 21 milhões de famílias, aparece em primeiro lugar entre ações realizadas nas últimas décadas
Criado em 2003, no primeiro governo Lula, e resgatado em março de 2023, na terceira gestão do presidente, o Bolsa Família é o programa mais importante para a economia brasileira nas últimas décadas. A conclusão é de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que ouviu 3 mil pessoas no período de 3 a 9 de dezembro.
Em uma lista de 12 programas ou ações, o Bolsa Família, que neste mês de dezembro atende a mais de 21 milhões de famílias, foi apontado como o mais importante por 26% dos entrevistados. Em segundo lugar ficou o Plano Real (23%), lançado em 1994, no governo Itamar Franco, para conter a hiperinflação.
Na sequência entre as iniciativas mais votadas, aparecem a abertura da economia para o comércio internacional (15%), o Auxílio Emergencial (9%), a participação do Brasil nos Brics (5%) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (3%).
Os números foram divulgados pela 15ª edição da Pesquisa Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O levantamento tem margem de erro de 1,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
Inclusão socioeconômica
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou o caráter de inclusão do Bolsa Família percebido pela população: “É bem mais do que um programa social. O estudo aponta que a percepção da sociedade é de que o Bolsa Família tem um efeito direto. De um lado protege a quem mais precisa, do outro causa um impacto econômico onde as pessoas vivem, assegurando que possam ter uma inclusão produtiva, possam ter acesso à economia”.
Wellington Dias lembrou outra pesquisa, divulgada em setembro pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Open Social e Universitá Bocconi, que mostra como os “filhos do Bolsa Família” viveram uma evolução socioeconômica. “Boa parte das pessoas da primeira geração do Bolsa Família, 64% dos filhos e filhas, já saíram da pobreza. Ou seja, é a riqueza dos mais pobres que impacta fortemente na riqueza do Brasil”, analisou o ministro.
No último dia 7, levantamento realizado pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) já revelava que os resultados dos investimentos em políticas de desenvolvimento social são bem avaliados pela população brasileira. O combate à fome e à pobreza foi apontado como a área de maior destaque do governo Lula, com 30% das respostas positivas. Depois da área social, aparecem a educação (20%), a saúde (14%), os assuntos internacionais (14%) e a geração de empregos (13%).