Deputado Júlio César afirma que é preciso investir no setor industrial, que no passado representou 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e hoje está em apenas 22,2%
O estado do Piauí precisa qualificar 47,7 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025. A informação consta no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, compilado pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Do total, 12,4 mil deverão se capacitar em formação inicial – para repor os inativos e preencher novas vagas – e 35,2 mil já possuem uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se aperfeiçoar.
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, afirma que a qualificação profissional é crucial tanto para os trabalhadores que já estão empregados quanto para aqueles que estão fora do mercado de trabalho.
“O aperfeiçoamento deve ser uma estratégia para todos os profissionais. O aprendizado ao longo da vida passa a ter um papel fundamental no mercado de trabalho nos dias de hoje.”
No Piauí, a demanda pelo nível de capacitação até 2025 será de:
- Qualificação com menos de 200 horas: 26.113 profissionais
- Qualificação com mais de 200 horas: 9.914 profissionais
- Técnico: 2.782 profissionais
- Superior: 8.971 profissionais
Em volume, ainda prevalecem as ocupações com nível de qualificação, cerca de 75% do total. Mas, segundo Márcio Guerra, houve um crescimento da demanda por formação em nível superior.
“O nível superior cresce sem dúvida a uma taxa muito elevada. Então, é preciso entender que fazer educação profissional não é o fim de uma trajetória.
Profissionais que fazem qualificação profissional, fazem curso técnico e depois caminham para o ensino superior são profissionais extremamente valorizados no mercado de trabalho, pela experiência, pela prática e também pela formação”, avalia.
Áreas de formação
No Piauí, as áreas que mais vão demandar profissionais capacitados, tanto em formação inicial, quanto continuada, são:
- Construção: 12.473 profissionais
- Transversal: 5.688 profissionais
- Logística e Transporte: 5.566 profissionais
- Metalmecânica: 5.430 profissionais
- Têxtil e Vestuário: 4.101 profissionais
- Alimentos e Bebidas: 3.112 profissionais
- Automotiva: 1.761 profissionais
- Tecnologia da Informação: 1.482 profissionais
- Eletroeletrônica: 1.352 profissionais
- Gestão: 1.272 profissionais
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais. “Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada a automação de processos industriais.”
Ele também explica que há diferenças nas áreas de formação mais demandadas entre os estados. Isso se deve à dimensão do país e à complexidade da economia brasileira. Segundo Márcio Guerra, a heterogeneidade de recursos e de produção acaba refletindo essas características.
“Nós sabemos que, em alguns estados, há uma concentração industrial maior e em outras regiões, como a região Norte, há uma dispersão maior. Então a estrutura industrial, ou seja, os setores que são predominantes em determinadas regiões são diferentes.”
Mapa do Trabalho Industrial
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, o Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos três anos. Márcio Guerra explica que a projeção considera o contexto econômico, político e tecnológico do país.
“A partir da inteligência de dados, o objetivo do mapa é projetar a demanda por formação profissional de forma que essa informação sirva, não só para o Senai, mas também para uma discussão mais ampla sobre qual vai ser a demanda futura de profissionais no mercado de trabalho. É muito importante para a sociedade conhecer quais são as tendências, quais são as áreas que tendem ao maior crescimento, sobretudo na sua localidade, mas também entender quais profissões têm mais relevância, mais demanda, para que ele possa planejar a sua trajetória de formação profissional”, explica.
O deputado Júlio César (PSD-PI) afirma que é preciso investir no setor industrial, que no passado representou 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e hoje está em 22,2%, segundo a CNI.
“Tem que ter uma política de fomento à reação da indústria em todos os setores. Então eu acredito que o Congresso eleja isso como prioridade para gerar emprego e renda e, principalmente, o treinamento desses 9,6 milhões de trabalhadores do setor da indústria. E nós vamos trabalhar na Comissão de Orçamento, onde eu sou membro hoje, para conseguir o crédito adicional para financiar o crescimento da economia no Brasil.”
Fonte: Brasil 61