Piauí terá planta piloto do “combustível do futuro” no Brasil

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A Casa dos Ventos/Comerc prevê R$ 22,5 bilhões investidos em 5 estados, entre eles o Piauí, para a produção de hidrogênio verde.

Em meio ao crescimento vertiginoso da produção de fontes renováveis de energia no Piauí, o Estado entra em 2022 com uma nova perspectiva: o hidrogênio verde, classificado como o ‘combustível do futuro’.

Os acertos em torno da produção foram consolidados no ano passado pelo governador Wellington Dias (PT).

“O Nordeste e o Piauí têm oportunidades na área de produção do Hidrogênio Verde, a partir do excedente que temos de energias limpas, como eólica, solar, hidrelétrica e excedente em água potável. Podemos vender para o mundo hidrogênio, com o selo de “hidrogênio verde”, para substituir a queima industrial e outros de combustível fóssil e madeira”, explicou o líder estadual quando cumpriu agenda à COP 26.

Para mensurar o montante de investimentos previstos, a Casa dos Ventos e Comerc prevêem investimento de U$ 4 bilhões, aproximadamente R$ 22,5 bilhões, em cinco Estados nordestinos; além do Piauí, incluem-se Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.

Piauí aposta no Hidrogênio Verde para o desenvolvimento (Foto: CNI)

O primeiro projeto do grupo a sair do papel será no Piauí, começando como uma planta piloto. “Estamos estudando, os projetos são para exportação. São projetos de 4 bilhões de dólares cada, até 2030″, disse Marcel Haratz, CEO da Nexway/Comerc em recente entrevista à mídia especializada em energia.

Fonte responderá por 18% da demanda de energia global

Aposta mundial para uma economia de baixo carbono, o hidrogênio verde é apontado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) como uma das fontes de energia com maior potencial de inovação. O uso do combustível do futuro é parte da estratégia energética de ao menos 33 países, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês). Com o objetivo de tornar esse mercado viável, empresas estrangeiras têm intensificado parcerias no Brasil, de olho no alto potencial nacional dos setores eólico e solar.

O hidrogênio é um combustível obtido por meio da eletrólise, processo químico em que uma corrente elétrica separa o hidrogênio do oxigênio que existe na água. O gás é chamado hidrogênio verde quando a eletricidade vem de fontes renováveis. Um dos pontos fortes do Brasil é justamente a matriz renovável, de modo que o país pode se tornar exportador do combustível em alguns anos. Para isso, é preciso superar desafios tecnológicos e regulatórios.

A classificação por cores é para indicar como o hidrogênio foi produzido. Além do verde, temos o azul, obtido a partir de gás natural, com tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono. O hidrogênio cinza, por sua vez, vem do gás natural, mas sem redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Já o marrom é produzido com carvão mineral e o hidrogênio musgo é obtido por meio de biomassa ou biocombustíveis, por processos como gaseificação ou biodigestão anaeróbica.

Depois de separado do oxigênio nesse processo de eletrólise, o hidrogênio tem diversos usos. Um muito comum é para produção da gordura hidrogenada, usada para fazer margarina. O gás também é usado na siderurgia e como combustível para transportes. 

Uma das grandes vantagens do hidrogênio é ser considerado um vetor de energia, ou seja, ele permite o armazenamento de energia para ser usada em outros setores, o que favorece a integração. 

Estudo do Hydrogen Council publicado em fevereiro mostra que até 2050, 18% da demanda de energia global será de hidrogênio. Nesse patamar, haveria uma redução das emissões anuais de CO2 em cerca de 6 Gt em comparação com as tecnologias atuais, segundo o documento elaborado pela iniciativa lançada no Fórum Econômico Mundial. 

2 COMENTÁRIOS

  1. Já que um dos inventos mais audaciosos de Nikola Tesla, da transmissão de energia sem fio, foi sistematicamente “esquecido” pelo interesse econômico, nada mais justo do que pensar desde agora no Hidrogênio o combustível do futuro. Quem sabe possa ser empregado até em aeronaves.
    O Planeta já à beira de um colapso ambiental, não vai esperar até 2050 para que se cumprarm todos os protocolos criados em função da despoluição e emprego de energias limpas e/ou renováveis.

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