O objetivo é inserir a discussão antirracista nos cursos de formação de policiais militares. Em 2021, 75% das pessoas que morreram por intervenções de agentes de segurança no Piauí eram negras.
O comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, Scheiwann Lopes, se reuniu na manhã desta quarta-feira (1) com representantes da corporação e da Secretaria de Estado da Assistência Social (Sasc) sobre a implantação de um projeto antirracista na polícia. A previsão é que o projeto seja implementado a partir do mês de maio.
A superintendente da promoção da igualdade racial e povos originários do Piauí, Assunção Aguiar, explicou que o objetivo é inserir a discussão antirracista nos cursos de formação de policiais militares para que sejam formados agentes de segurança mais humanizados em relação aos grupos mais vulneráveis da sociedade.
“A ideia é que a gente possa ter cursos de capacitação para que nós possamos ter policiais com uma humanização no atendimento na rua com a juventude, com as comunidades em geral. São capacitações para que a gente possa ter uma polícia antirracista atuando no estado”, afirmou Assunção.
Segundo Scheiwann Lopes, o assunto será colocado nas grades curriculares da formação desses agentes. “Estamos em conjunto com o CEP e a DEIP para inclusão nas nossas grades curriculares, massificando com o curso de capacitação, complementando as cargas horárias daquilo que entendemos ser pertinentes para a sociedade”, declarou o comandante-geral.
Violência policial
A Rede de Observatórios da Segurança divulgou novembro do ano passado que, em 2021, 75% das pessoas que morreram por intervenções de agentes de segurança no Piauí eram negras. Em Teresina, o índice é ainda maior: 83%.
No estado, das 32 pessoas que morreram em ações policiais, 20 são pardas e 4 são pretas, ou seja, 24 negras, seguindo o critério do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que considera negros o somatório de pardos e pretos.
A instituição responsável pelo levantamento informou que a maioria das ações policiais acontecem em regiões periféricas, onde há falta de infraestrutura, educação, saúde, entre outras questões que colocam essas pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
Com informações do G1 Piauí