Rendimento médio mensal do trabalhador piauiense é menor que um salário mínimo, revela IBGE

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Salário médio que o trabalhador recebe por mês é o quarto menor do Brasil. Pesquisa revela ainda que, a nível nacional, o trabalho tem menos participação nos rendimentos do piauienses do que os programas sociais.

O IBGE divulgou na tarde desta quinta-feira (09) os resultados do Censo Demográfico 2022 relacionados ao Trabalho e Rendimento do brasileiro. Mas os números do Piauí não são animadores. É que, segundo a pesquisa, o rendimento médio mensal do piauiense é menor que um salário mínimo. De acordo com o IBGE, o valor médio que o trabalhador recebe por mês no Piauí é de apenas R$ 1.009,27.

O Piauí tem o segundo menor rendimento per capita da região Nordeste e o quarto menor do Brasil. O que o trabalhador piauiense recebe por mês na venda da sua força de trabalho equivale a somente 62% do que o trabalhador brasileiro ganha em média. No Brasil, o rendimento médio per capita é de R$ 1.638,06. Para efeito de comparação, o piauiense recebe quase R$ 2 mil a menos do que recebe o trabalhador que vive no Distrito Federal, onde o rendimento per capita é de R$ 2.999,18.

Os maiores rendimentos mensais estão, além do DF, nos Estados de Santa Catarina (R$ 2.220,40) e São Paulo (R$ 2.093,44). Já os menores rendimentos estão localizados no Maranhão (R$ 899,87), no Amazonas (R$ 979,58) e no Pará (R$ 994).

Teresinense recebe mensalmente 54% a mais do que recebem os trabalhadores do interior do Piauí

O IBGE discrimina os rendimentos médios mensais per capitas dos trabalhadores piauiense de acordo com os municípios, observando as regiões onde estes valores são maiores e onde são menores. Um dado chama atenção: o teresinense tem um rendimento mensal per capita 54% maior que o do restante dos trabalhadores do Estado. Quem trabalha em Teresina ganha por mês média de R$ 1.559,80.

Depois da capital, os maiores rendimentos com a força de trabalho estão nas cidades de Floriano (R$ 1.223,01), Picos (R$ 1.207,78), Bom Jesus (R$ 1.230,24) e Parnaíba (R$ 1.121,72). O município com o menor rendimento médio mensal domiciliar per capita foi é Assunção do Piauí, onde o trabalhador recebe em média R$ 499,26 por mês. Em seguida vem Guaribas (R$ 511,07), Campo Largo do Piauí (R$ 525,88) e Pau D’Arco do Piauí (R$ 539,48).

Completam o ranking dos municípios piauienses com os menores rendimentos médios mensais per capita no Piauí as cidades de: Bom Princípio, Joca Marques, Milton Brandão, Caraúbas do Piauí, Miguel Alves e Porto. Os rendimentos mensais per capita dos trabalhadores destas regiões variam de R$ 544 a R$ 562.

Trabalho no Piauí tem baixa participação no rendimento domiciliar brasileiro

O IBGE calculou, por meio do Censo Demográfico, as fontes dos rendimentos mensais dos brasileiros e identificou algumas delas, tais como o trabalho, a participação em programas governamentais, aluguéis e aplicações financeiras. Comparando a situação do Piauí com a do restante do país, o rendimento obtido exclusivamente com o trabalho no Estado representava 64,27% do rendimento total domiciliar do piauiense. Em comparação com o restante do país, é a menor participação do trabalho registrada.

Mas quando se observa os outros tipos de rendimentos domiciliares como programas sociais governamentais, aluguéis e aplicações financeiras, eles representavam 35,73% do total do rendimento domiciliar no estado, a maior participação desse tipo de rendimento no país. Na prática é como se os rendimentos oriundos do trabalho no Piauí representassem menos a nível nacional do que os rendimentos oriundos dos programas sociais e outras fontes de renda. Para comparação: os rendimentos vindos do trabalho no estado do Mato Grosso, representam 84,52% do total de rendimentos do Brasil.

De acordo com o IBGE, o Piauí tem seis municípios entre os dez do país com a menor participação do trabalho no rendimento total domiciliar. São eles: Vera Mendes, que tem a menor proporção do Brasil (22,98%), Jurema (24,78%), São Francisco do Piauí (25,82%), Pau D’Arco (26,88%), Wall Ferraz (27,89%) e Fartura do Piauí (31,77%). É Uruçuí a cidade onde o trabalho tem a maior representatividade na composição dos rendimentos mensais domiciliares (76,20%).

Segundo menor rendimento médio do trabalho

O IBGE faz uma distinção entre o rendimento médio per capita mensal e o rendimento médio mensal do trabalho. O primeiro se refere a quanto cada trabalhador recebe em média mensalmente por seu trabalho. E o segundo diz respeito ao rendimento bruto efetivamente recebido em todos os trabalhos que ele possui. Quando se observa este último (o rendimento médio mensal do trabalho), o Piauí tem o segundo menor valor do Brasil.

O piauiense recebe efetivamente por mês somando-se todos os seus trabalhos um valor de R$ 1.905,15. Perde apenas para o Maranhão, que tem rendimento médio mensal do trabalho na casa dos R$ 1.855,01. Para comparação, o rendimento médio mensal do trabalho no Brasil é de R$ 2.850,64, ou seja, quase R$ 1 mil a mais do que o registrado no Piauí. Pelo menos quatro municípios piauienses estão entre os dez do país com o menor valor de rendimento nominal médio mensal do trabalho. São eles: Caraúbas, São João do Arraial, Betânia e São José do Piauí.

Entre as capitais brasileiras, Teresina tem o menor rendimento nominal médio mensal, com R$ 2.619,55, seguida de Macapá, no Amapá; Vitória, no Espírito Santo; e Florianópolis, em Santa Catarina.

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