Ainda que pareçam inofensivas, bebidas açucaradas, quando ingeridas regularmente, podem gerar acúmulo de gordura no fígado
Um estudo publicado na revista Frontiers in Nutrition no dia 21 de janeiro constatou que bebidas açucaradas, como refrigerantes, energéticos e achocolatados, podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado, uma condição conhecida como esteatose hepática e que pode levar a doenças graves, como a cirrose.
Os resultados ainda mostram que o consumo regular dessas bebidas aumenta a resistência à insulina, facilitando o acúmulo de gordura no fígado.
Além disso, os pesquisadores mencionam que, embora essas bebidas não contenham álcool, elas são desprovidas de nutrientes e compostas principalmente por água, açúcar e aditivos químicos.
Em contraste, bebidas como café e chá, quando consumidas sem açúcar, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver gordura no fígado.
Estudos anteriores já indicavam que o consumo de bebidas açucaradas está ligado ao aumento de gordura no fígado e à obesidade. Diminuir o consumo desses líquidos pode reduzir significativamente a gordura no fígado, especialmente em crianças com sobrepeso e doença hepática gordurosa.
Entenda a esteatose hepática
Existem dois tipos de esteatose:
Alcoólica: provocada pelo consumo excessivo de álcool. O fígado tem a capacidade de metabolizar as moléculas de etanol para eliminar a substância do nosso organismo, mas quando a dose é alta ou ingerida em pouco tempo, os subprodutos desse processo ficam concentrados, e eles são tóxicos para as células hepáticas. Com o passar do tempo, o dano passa interferir nas funções do órgão.
Não alcoólica: provocada prioritariamente por má alimentação, sedentarismo, sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol e triglicérides altos, e perda ou ganho muito rápido de peso. Também pode ser causada pelo uso de certos medicamentos (hormônios e corticoides, entre outros) ou por inflamações crônicas associadas, como hepatite C ou outras doenças hepáticas.
A esteatose hepática pode gerar uma inflamação, também chamada de esteato-hepatite, que leva à morte celular e a um processo de fibrose (cicatrização). Com o passar dos anos, a condição pode progredir para cirrose hepática e também pode resultar em câncer de fígado. Em situações mais graves, o transplante é necessário.
Sintomas
Praticamente todos os pacientes com esteatose hepática não apresentam sinais ou sintomas, ou seja, a condição é silenciosa, e só é identificada em exames de rotina. Quando surgem, os sinais mais comuns são:
- Fadiga;
- Desconforto do lado direito superior do abdome;
- Aumento do fígado.
Já quando existe um grau elevado de inflamação (esteato-hepatite), ou fibrose e cirrose, as manifestações podem incluir:
- Falta de apetite;
- Coceira;
- Aranhas vasculares (varizes finas em formato de teia de aranha);
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Fezes esbranquiçadas;
- Alterações do sono.
Colaboração para VivaBem UOL