Ciro Nogueira acaba de se tornar a figura política mais forte do país.
Antes que algum apressado conteste, não estamos falando de popularidade, mas de influência prática em todos os níveis de poder. Já tinha grande musculatura sendo o presidente nacional do principal partido do Centrão, o Progressistas. Sendo antigo no Congresso Nacional e habilidoso nos bastidores, fez se curvarem os últimos 3 presidentes da República antes de Jair Bolsonaro (sem partido). Anunciado como ministro-chefe da Casa Civil, Ciro ocupa, agora, bastidores, holofotes e canetas do Executivo.
Em outras palavras: se o presidente da República não pode governar sem Ciro — e para amarrar o compromisso até o final do mandato, o fará ministro –, percebe-se quem dá as cartas agora. Ciro se torna, inclusive, o principal intermediário entre o Governo Federal, o Legislativo, o Judiciário, Estados e Municípios. Isso é o que se chama, na prática, de poder político. E ter chegado aí sem apelos populistas é o que o torna ainda mais forte.
FORÇA TOTAL
Claro, ainda é aguardada a informação sobre que poderes a Casa Civil terá de maneira objetiva, visto que nos últimos anos, havia perdido a articulação política, a Subsecretaria de Assuntos Jurídicos e o Programa de Parceria e Investimentos. Espera-se que a articulação e a SAJ retornem para a pasta.
Pragmaticamente falando, o cenário para 2022 acaba de mudar. O principal partido do Centrão agora está colado no presidente, com pouquíssima margem para manobrar em sentido contrário. Jair Bolsonaro já pode respirar mais aliviado sobre possibilidade de impeachment, afinal, é o PP de Ciro Nogueira que comanda a Câmara Federal, onde, obrigatoriamente, um pedido deve ser pautado para seguir em frente. Todos — mais de cem até aqui — repousam sob sono profundo agora nas gavetas do deputado Arthur Lira, presidente da Casa, partidário do novo ministro-chefe.
No caso específico do Piauí, então, a eleição do ano que vem parece começar a ficar interessante. Ciro acaba de ficar maior que o Governo do Estado, sem que haja alternativas entre parlamentares na bancada federal que façam ponte junto ao Governo Federal sem necessariamente passar por ele.
Embora seus correligionários no estado continuem afirmando a candidatura dele ao governo, não parece razoável que Ciro deixe de lado a posição política mais elevada no cenário nacional que um piauiense já ocupou desde a redemocratização para disputar o Governo do Estado contra Rafael Fonteles (PT). Com esse fato, oposição fica fortalecida no estado do Piauí.
Com informações do Política Dinâmica