Paredes cobertas de mofo, ferrugem, banheiros destruídos, refeitórios precários, falta de iluminação, equipamentos inoperantes e até mesmo casos de doenças causadas pela picada de insetos, como o barbeiro, foram relatados
Uma visita de representantes do Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Sinpoljuspi) à Penitenciária Vereda Grande, em Floriano, resultou na exposição de uma situação dramática vivida diariamente pelos policiais penais lotados na unidade.
Em vídeo nas redes sociais, o diretor jurídico do sindicato, Kleiton Holanda, mostra os diversos setores da penitenciária reservados ao uso dos servidores. Durante a vistoria, ele chega a mostrar um barbeiro dentro da unidade, chamando a atenção para o risco à saúde enfrentado diariamente pelos policiais. Conforme relatado pela entidade, há a suspeita de que um servidor tenha sido picado pelo inseto e precisou realizar exame sorológico para a doença de Chagas.
Além disso, foi descrito que a penitenciária passou por uma dedetização, porém realizada de forma irregular. “Foi feita com veneno de procedência duvidosa, sem eficácia comprovada, aplicada de forma irresponsável por um preso sem qualificação, colocando em risco não apenas a vida dos policiais penais, mas também do próprio interno”, consta em trecho da publicação da Sinpoljuspi.

Logo na entrada, Kleiton Holanda mostrou que a vistoria para que os visitantes tenham acesso ao estabelecimento também está prejudicada pela falta de manutenção e infraestrutura da Penitenciária Vereda Grande. “É um local completamente insalubre, sem iluminação, mofo nas paredes e um banheiro que também deixa a desejar em toda a unidade prisional. A máquina de raio-x está parada porque a energia deste estabelecimento não consegue fazer com que ela funcione. Uma máquina caríssima que está praticamente obsoleta aqui, apenas ocupando espaço”, afirmou o diretor jurídico da entidade.
Alojamentos
Para o representante do Sinpoljuspi, os presos têm acesso a locais reformados, devidamente estruturados e conservados, enquanto os policiais penais sofrem com o estado insalubre dos alojamentos e de outros setores de uso dos servidores. No alojamento masculino, por exemplo, foi mostrada uma situação precária, com objetos metálicos enferrujados, pedaços de obras inacabadas, mofo, falta de pintura e um banheiro deteriorado.
Já no alojamento feminino, também é exibido um cenário insalubre. “Mofo nas paredes. Você entra na área que corresponde aos banheiros e também vê mofo, além de fiações elétricas expostas. Baratas. Um local onde uma policial penal foi picada pelo besouro barbeiro e precisou ser submetida a exame sorológico”, descreveu o diretor jurídico do Sinpoljuspi.
Sala de panificação
A situação da panificadora da unidade, utilizada para a produção de alimentos, também foi alvo de reclamações do sindicato, especialmente pelo risco de contaminação e pela insalubridade no local, além da grande presença de insetos. No vídeo publicado pela entidade sindical, o representante chega a fazer um chamado à Vigilância Sanitária, ao Conselho Regional de Nutrição e ao Ministério Público para pedir a interdição da sala.
Outro lado
Procurada pelo GP1, a assessoria da Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus-PI) afirmou que, no momento, não vai se manifestar sobre as denúncias feitas pelo sindicato. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Por Carolina Matta – GP1







