STF derruba lei que proíbe uso de linguagem neutra em escolas

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento virtual e derrubou a lei estadual de Rondônia que proibia o uso de linguagem neutra na grade curricular, no material didático de escolas públicas e privadas e em editais de concursos públicos.

Todos os ministros da Corte acompanharam o relator, ministro Edson Fachin. Em seu voto, ele defendeu a tese de que a norma estadual não pode definir diretrizes educacionais, por se tratar de competência privativa da União. “Fixação de tese: norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua portuguesa viola a competência legislativa da União”.

Em novembro de 2021, Fachin suspendeu a lei e enviou o caso para julgamento dos demais ministros. Na ocasião, o relator argumentou que proibir a utilização confronta a liberdade de expressão garantida pela Constituição, tratando-se de censura prévia, que é proibida no país.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) também se manifestaram pela inconstitucionalidade da lei estadual.

A ação foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino. O julgamento, iniciado no dia 3 de fevereiro, foi realizado em plenário virtual, quando os ministros não fazem explanação, apenas informam o voto, e encerrado às 23h59 de ontem (10).

Ressalvas

Os votos dos ministros Nunes Marques e André Mendonça foram acompanhados de ressalvas.

Nunes Marques reconheceu que a norma estadual é inconstitucional por ter invadido atividade de responsabilidade da União, mas alegou que a língua é um sistema vivo e que as transformações não devem ser ditadas por normas, regras ou acordos.

Já André Mendonça defendeu que o embasamento da decisão da Corte se restrinja a “norma estadual ou municipal que disponha sobre a língua portuguesa viola a competência legislativa da União”.

Linguagem neutra

A linguagem neutra, ou linguagem não binária, propõe o uso de artigos neutros “e”, “x” ou “@”, em substituição aos artigos feminino e masculino “a” e “o”.

Na linguagem, as palavras “todas” ou “todos” são grafadas, por exemplo, como “todes”, para evitar a utilização dos marcadores de gênero.

O pronome “elu” também pode ser usado para se referir a pessoas sem considerar o gênero com o qual se identificam.

Agência Brasil

Gleison Fernandes
Gleison Fernandeshttps://portalcidadeluz.com.br
Editor Chefe do Portal Cidade Luz

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Estudantes da rede estadual recebem medalhas da Olimpíada Nacional de Ciências em Teresina

Na edição deste ano, os estudantes da rede estadual de ensino conquistaram 168 medalhas, sendo 67 de ouro, 60...

Renovação de matrículas para o ano letivo de 2025 das escolas estaduais do Piauí iniciam na segunda (25)

A informação foi divulgada pelo governador Rafael Fonteles e pelo secretário da Educação, Washington Bandeira, nesta sexta-feira (22). A renovação...

Júnior Nato destaca parcerias no Pactos pelo Piauí e participa de confraternização do PT em Teresina

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. O prefeito de Jerumenha, Júnior Nato (PT), reeleito para o quadriênio 2025-2028, participou...

TSE Unificado: divulgados horários das provas em 8 de dezembro

Concurso será realizado nas 27 capitais brasileiras Os candidatos do Concurso Unificado da Justiça Eleitoral já podem verificar, por meio...
spot_img

Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil é lembrado neste sábado

Brasil deve ter quase 8 mil casos anuais da doença até 2025 O Brasil poderá completar o triênio de 2023...

Ação de saúde realizada pela Prefeitura de Guadalupe e SENAR atende 685 pessoas com serviços especializados

Saúde do Homem e da Mulher Rural. A Prefeitura de Guadalupe, em parceria com o SENAR Piauí, realizou na última...
spot_img

Posts Recomendados