A Prefeitura de Teresina aderiu nesta quinta-feira (27) ao Estudo Nacional de Mobilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantindo investimentos para um novo sistema de transporte público na capital.

De acordo com o prefeito Silvio Mendes, o BNDES trabalha com um teto de até R$ 1,3 bilhão para projetos desse porte, mas acredita que metade desse valor será suficiente para solucionar o problema do transporte coletivo.
“Acho que metade disso é suficiente, porque parte da estrutura já existe e será aproveitada. O sistema de transporte coletivo vai ser todo modificado, vai ser repensado. A partir de agora, os técnicos do BNDES começam a detalhar o projeto: o que é possível fazer, por onde começar e qual é o oxigênio que nós temos para trabalhar”, destacou o prefeito.
Os projetos detalhados devem levar de dois a três anos até chegar ao ponto de lançar novas concessões. Já a implantação prática do novo sistema tem horizonte de cinco anos, segundo o BNDES.
O que está previsto:
- Dois corredores de BRT, com ônibus de alta capacidade circulando a cada três minutos.
- Prolongamento do VLT até Timon, cruzando a ponte.
- Reestruturação completa da rede de ônibus, com novas linhas, revisão de itinerários e reorganização dos alimentadores.
“A concessão atual vence em 2029. É o momento ideal para repensar tudo. Não se trata apenas de implementar três projetos, mas de reconstruir o sistema. Os terminais, as estações, as paradas, tudo precisa ser requalificado. A frota tem idade média de quase 10 anos e não atende mais a população”, explicou a gerente de projetos do BNDES, Paula Fogacci.

O gerente do estudo nacional do BNDES, Rafael Ferraz, ressaltou que Teresina tem a pior participação do transporte coletivo entre as 21 regiões metropolitanas estudadas no país, apontando que uma mudança é essencial e urgente.
“Só 10% a 15% da população usa ônibus. Isso precisa mudar. Então a gente tem que melhorar isso, por isso que o BNDES se resolveu vir à Teresina e priorizar a cidade como uma das regiões que vai receber essa estruturação de projetos num primeiro momento”, pontuou.
O engenheiro Antônio Santana, responsável pelo Plano Diretor de Mobilidade, reforçou o tamanho do problema vivido na capital.
“Teresina tinha 450 ônibus operando por mês, cada um rodando 7 mil km. Hoje são 220, rodando 4.500 km. Não é metade do sistema, é um terço. A população não está sendo servida. Esperar meia hora no sol faz qualquer pessoa buscar outro meio, e isso aumenta acidentes, custos e riscos e por isso, hoje Teresina mata cinco vezes mais no trânsito do que Fortaleza. A população teve que se virar, andar de mototáxi, andar de qualquer jeito. Agora, é buscar essa reestruturação”, concluiu.
Com informações do Cidade Verde







