Flávia Silva, filha do aposentado, relatou que o pai estava acamado há dez anos em virtude do Alzheimer.
Quem compareceu ao velório do carpinteiro Quirino da Silva Souza na manhã desta sexta-feira (1º) se surpreendeu: não havia caixão no salão onde o funeral era realizado. O senhor de 96 anos usava uma camisa azul clara, com uma gravata no mesmo tom estava sentado em uma confortável poltrona ao lado dos familiares, amigos e aqueles que queriam a ele render uma última homenagem.
Parecia que Quirino estava observando todos os que chegavam dizendo adeus. Há 10 anos, o carpinteiro estava acamado e sua condição não lhe permitia sentar, tampouco ficar em pé. A decisão de que o velório fosse daquela forma partiu de sua própria família. Era a última homenagem de sua filha para o patriarca. Como se aquela fosse a última memória deixada em vida.
“Ele ficou 10 anos acamado, então é muito satisfatório fazer a última homenagem com ele sentado. Eu quis dar a oportunidade dos familiares sentarem e tirarem uma foto ao lado dele”, conta ao Mais Goiás, a filha do seu Quirino, Flávia da Silva. A cena inusitada acabou ganhando a atenção de curiosos que passavam pelo salão.
A empresa que organizou o velório relatou ao site Mais Goiás que é a primeira vez em 45 anos desde a fundação em que realiza uma celebração parecida, mas quando ouviu o desejo da filha do seu Quirino, procurou atender os pedidos de forma respeitosa e com carinho.
“A cerimônia, que teve início pela manhã, está recebendo amigos, familiares e curiosos que desejam entender mais sobre essa forma singular de celebrar a vida”, destacou Wanderley Rodrigues, diretor da Paz Universal ao portal. “A pessoa falecida está sendo velada de uma maneira que representa sua singularidade – sentado em uma poltrona, como um gesto simbólico da vida que ele levou”, completou.