Por Gleison Fernandes – Jornalismo da UCA.
O Governo Federal, por meio do ministro do Desenvolvimento Social e ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT), está articulando uma aliança política com partidos do Centrão visando impedir a reeleição do senador Ciro Nogueira (Progressistas) nas eleições de 2026. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles no sábado (24).
Segundo a reportagem, Wellington Dias intensificará as articulações no estado, trabalhando para consolidar uma chapa composta pelo atual senador Marcelo Castro (MDB), que disputará a reeleição, e pelo deputado federal Júlio César (PSD), que deve lançar-se como pré-candidato ao Senado. A estratégia busca ocupar as duas vagas disponíveis ao Senado pelo Piauí, bloqueando o caminho para Ciro Nogueira, uma das principais lideranças da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O movimento político ficou evidente recentemente, quando Wellington Dias participou de um evento promovido por Júlio César em Brasília, durante a Marcha dos Prefeitos. De acordo com interlocutores ouvidos pelo Metrópoles, a festa foi interpretada como um gesto de apoio à pré-candidatura de Júlio César, com a presença de três ministros do PSD e a exibição de uma foto do deputado ao lado de Wellington Dias e do presidente Lula, reforçando a aliança.
Ainda conforme a apuração do Metrópoles, a articulação é parte de uma estratégia mais ampla do PT para neutralizar adversários políticos no Nordeste e garantir uma base sólida para as eleições presidenciais de 2026. Ciro Nogueira, que foi ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL), atualmente preside o Progressistas e é um dos principais articuladores da direita nacional. Seu partido negocia uma federação com o União Brasil, o que poderá transformar a legenda na maior bancada da Câmara dos Deputados.
Além da possibilidade de reeleição ao Senado, o nome de Ciro Nogueira também é cogitado para compor uma chapa nacional como vice-presidente de uma candidatura da direita. O grupo opositor ao governo Lula avalia nomes como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e um eventual candidato da família Bolsonaro.
Internamente, a articulação pró-Júlio César enfrenta resistência de setores do próprio PT piauiense, que defendem que a legenda lance um nome próprio para a disputa ao Senado, abrindo uma disputa na base aliada do governador Rafael Fonteles (PT). Este, por sua vez, trabalha para manter a unidade do grupo político que comanda o estado.
Wellington Dias, eleito senador em 2022, poderá conduzir as articulações sem necessidade de afastar-se do ministério, ampliando sua influência na formação das alianças eleitorais no Piauí e, consequentemente, no fortalecimento da base governista no Congresso Nacional.