CCJ aprova troca de prisão por outras penas para grávidas e mães

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Relatora do projeto, a senadora Rose de Freitas fez ajustes no projeto para garantir que a substituição de penas beneficie mais mulheres que, de outra forma, seriam presas.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (20) a substituição de penas privativas de liberdade por penas restritivas de direito para condenadas grávidas ou que possuam filho de até seis anos de idade na data da sentença. A proposta está contida no substitutivo da relatora Rose de Freitas (Podemos-ES) ao PLS 669/2015, de autoria do senador Telmário Mota (Pros-RR).

Foto: Pedro França/Agência Senado

O projeto inicial previa que a pena alternativa poderia ser aplicada independentemente da condenação, com contagem a partir da data do crime. No entanto, a relatora estabeleceu que, para isso, a ré não poderá ter sido condenada a mais de oito anos de prisão e deverá estar grávida na data da sentença. Segundo Rose, sem essa delimitação, mulheres condenadas a 12 anos de reclusão, por crime de corrupção, por exemplo, poderiam ser beneficiadas, mesmo não estando mais grávidas ou com filho de até 6 anos de idade.

Rose manteve a determinação de que o benefício será concedido apenas para situações em que o crime não tenha sido praticado mediante violência ou grave ameaça, o que já é previsto no Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940) para substituição de pena inferior a quatro anos. Mas retirou a exigência de que a conduta da presa não seja considerada crime hediondo ou equiparado, para ter direito ao benefício.

A parlamentar justificou que essa condição poderia tornar ineficaz a medida prevista no projeto. Isso porque, conforme o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias — Infopen Mulheres, de 2018, 62% das mulheres estão presas por tráfico de drogas, crime equiparado a hediondo.

— Caso seja mantida a referida exigência, o número de mulheres que poderão se valer do benefício será ínfimo, o que por certo não era a intenção do autor da proposição.

Atualmente, pelo artigo 44 do Código Penal, as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando, por exemplo, a pena de prisão não é superior a quatro anos ou o réu não for reincidente em crime doloso.

Segundo Telmário Mota, apesar de já haver benefícios aplicáveis às condenadas que têm filhos pequenos, “é importante garantir que o convívio entre a mãe e a criança, desde a gestação, ocorra longe do ambiente carcerário, sempre que possível”.

Como recebeu mudanças importantes que resultaram num substitutivo, agora, o PLS 669/2015, que tem decisão final na comissão, terá de ser votado em turno suplementar na própria CCJ, antes de ser remetido à Câmara. Porém, caso haja recurso, o projeto terá que ser votado também no Plenário do Senado antes de seguir para análise dos deputados.

Com informações da Agência Senado

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Prefeito diplomado, Jesse James leva mensagem de Natal aos guadalupenses

"Que este seja um momento de renovação e esperança, e que o espírito natalino ilumine nossos corações e nos...

Secretário da Fazenda do Piauí é vítima de crime cibernético; polícia investiga

Um perfil falso ​foi criado para se passar por ele nas redes sociais, inclusive utilizando a mesma foto do...

Câmara de Jerumenha encerra atividades de 2024 e se prepara para a posse de prefeito, vice e vereadores em janeiro

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. A Câmara Municipal de Jerumenha encerrou os trabalhos legislativos de 2024 em uma...

Vereadores de Baixa Grande do Ribeiro realizam última sessão do ano; Rodrigo Rocha promoveu confraternização em sua casa

Os vereadores aprovaram o Projeto de Lei n° 021/2024, que estima a receita e fixa as despesas da administração...
spot_img

Durante entrevista na Rádio Cidade Luz, Neidinha faz retrospectiva de dois mandatos e comenta transição para nova gestão em Guadalupe

Por Gleison Fernandes = Jornalismo da UCA. "A expectativa para a gestão de Jesse James e Hélvia Almeida é muito...

36,6% dos domicílios piauienses usam lenha ou carvão no preparo de alimentos

Índice equivalente a um em cada três domicílios do estado em 2023, terceiro maior indicador do país. No Piauí, 36,6%...
spot_img

Posts Recomendados