Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz é preso pela PF em SP

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Ele é investigado por participação em suposto esquema de ‘rachadinha’ na Alerj à época em que Flávio era deputado estadual. Também foram cumpridos mandados em imóvel que consta como bem do presidente Jair Bolsonaro. G1 tenta contato com defesa de Queiroz.

Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18).

Fabrício Queiroz deixa o IML em São Paulo, após ser preso em Atibaia.SEBASTIAO MOREIRA / EFE

O mandado foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No esquema, segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e investimento em imóveis.

Queiroz estava em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e foi levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista. Ele passou pelo Instituto Médico Legal e foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Depois, será levado para o Rio.

Em setembro de 2019, entretanto, Wassef disse que não sabia o paradeiro de Queiroz, e que não era advogado dele. Um caseiro do imóvel disse à polícia, entretanto, que o ex-assessor estava lá havia mais de um ano, contou um dos caseiros à polícia.

Em entrevista à Rádio GAÚCHA em 28 de abril, Wassef disse: “Eu estou no dia a dia aqui com o presidente e com a família Bolsonaro. Eu conheço tudo que tramita na família Bolsonaro”.

Segundo um delegado que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que estava muito doente.

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que pediu a prisão de Queiroz porque o ex-assessor de Flávio Bolsonaro continuava cometendo crimes e estava fugindo e interferindo na coleta de provas. A Justiça autorizou também a prisão da mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar.

Busca em imóvel do presidente

No Rio, a Polícia Civil também fez buscas no início da manhã em um imóvel que consta na relação de bens do presidente Bolsonaro, em Bento Ribeiro, Zona Norte da capital fluminense, e foi usado por ele como comitê de campanha na eleição de 2018.

A casa é ocupada por Alessandra Esteves Marins, que faz parte da equipe de apoio do senador Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, Alessandra repassou cerca de R$ 19 mil a Queiroz.

Em Brasília, nesta manhã, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, em um comboio em alta velocidade, e não parou para falar com apoiadores, como costuma fazer rotineiramente.

Advogado do presidente

O advogado de Flávio Bolsonaro dono do imóvel de Atibaia onde Queiroz estava ao ser preso, Frederick Wassef, é o mesmo que fez a defesa do presidente no caso da facada que Bolsonaro sofreu de Adélio Bispo em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral para a presidência da República, em 2018. Wassef também atuou na defesa da família Bolsonaro no caso do porteiro.

Wassef participou nesta quarta-feira (17) da cerimônia em que o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao novo ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Wasseff (à esquerda) participa de cerimônia de posse do ministro das Comunicações, em Brasília, na quarta (18) — Foto: Reprodução/TV Globo

Movimentação de R$ 1,2 milhão em 2016 e 2017

Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado. O procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual do RJ que apura as irregularidades envolvendo Queiroz na Alerj chegou a ser suspenso por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após pedidos de Flávio Bolsonaro em 2019.

As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj. Recursos usados para pagar funcionários na Alerj voltavam para os próprios deputados estaduais.

A movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz ocorreu, segundo as investigações, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

 — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Por Bruno Tavares/G1

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Campus Party de Teresina terá Whindersson como jurado em competição de startups; veja como se inscrever

A capital receberá entre os dias 29 e 31 de maio a Campus Party, grande festival que reúne tecnologia...

Com filas ‘quilométricas’, eleitor arma rede em frente a fórum eleitoral no Piauí para esperar atendimento

O autônomo Roberto de Carvalho chegou no início da madrugada, pegou seu lugar na fila e armou sua rede. Encerra...

Governo do Piauí bate a meta de gerar 10 mil oportunidades de trabalho para jovens sem experiência profissional

Rafael Fonteles comemorou a marca durante a solenidade de admissão de 400 jovens que irão compor o quadro de...

IML vai doar 80 cadáveres não reclamados para universidades de medicina do Piauí

Corpos não reclamados são aqueles sem identificação ou que não foram procurados e serão para fins de ensino ou...
spot_img

Prefeitura de Floriano realiza obras de recuperação em 15 ruas da cidade

O departamento de obras informou que a recuperação das ruas da cidade seguem de forma continua. A Prefeitura de Floriano,...

Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do grão no país Para evitar uma possível escalada no...
spot_img

Posts Recomendados