Juíza morta no Rio pelo ex-marido levou 16 facadas, diz laudo do IML

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Para perita, ferimento sofrido pela magistrada em seu pescoço foi responsável pela sua morte. Análise encontrou ainda perfurações no rosto, na barriga e na mão esquerda, utilizada para se defender.

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, assassinada na véspera de Natal pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, levou 16 facadas. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), o corpo da magistrada tinha perfurações no pescoço, rosto e barriga.

De acordo com a perita Gabriela Graça Pinto, o ferimento no pescoço, de cerca de 30 milímetros, foi responsável por sua morte. A magistrada ainda teve a mão esquerda ferida na tentativa de se defender dos ataques do ex-marido chamada de “lesão de defesa”.

Após breve velório, corpo de juíza morta pelo ex-marido no Rio foi cremado
Viviane Arronenzi foi morta, na tarde de quinta-feira (24), pelo ex-marido diante das três filhas do casal. Ela deixava as crianças para passarem o Natal com o pai.

Apesar dos gritos das filhas, que têm idades entre 7 e 9 anos, Paulo Arronenzi não parou de desferir os golpes. Ele foi detido em flagrante por feminicídio logo após o crime por agentes da Guarda Municipal e levado para a delegacia.

Ex-marido da juíza Viviane Arronenzi, o engenheiro Paulo José Arronenzi foi preso em flagrante após o crime, ocorrido na noite de véspera do Natal (24) — Foto: Reprodução

A juíza foi esfaqueada na Avenida Rachel de Queiroz. O assassinato foi registrado em um vídeo que circula nas redes sociais e é investigado pela polícia.

Paulo José Arronenzi, de 52 anos, não quis falar na delegacia e disse que só vai se manifestar em juízo, segundo informações da polícia.

Para a polícia, o engenheiro premeditou o crime. No carro dele foram encontradas três facas, mas a que foi usada para matar a mulher não foi encontrada.

Em setembro, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas posteriormente pediu que fosse retirada.

A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia. Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada por ele, que não aceitava o fim do relacionamento.

Entidades jurídicas manifestam pesar e repudiam feminicídio

Em nota, o TJ-RJ disse que “lamenta profundamente” a morte da juíza Viviane Arronenzi, vítima de feminicídio.

Já a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram nota conjunta em que expressam “extremo pesar” pelo que classificaram como “covarde assassinato da juíza”. As entidades afirmaram que o crime não ficará impune.

“As entidades representativas do magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”, enfatiza a nota.

No mesmo comunicado, o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves informou que, ainda na noite de quinta-feira, conversou com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime.

“Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, reiterou Gonçalves.

Já a presidente da AMB, Renata Gil, destacou sua “indignação e repulsa” diante do assassinato da magistrada.

“O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal”, enfatizou Renata Gil.

O Ministério Público do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza e repúdio ao feminicídio. O órgão enfatizou que irá acompanhar as investigações a respeito do crime por meio da Promotoria de Justiça.

Por Leslie Leitão, G1 Rio

Gleison Fernandes
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Editor Chefe do Portal Cidade Luz

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