Os trabalhadores do Piauí têm o menor rendimento médio do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (10).
De acordo com o IBGE, o valor médio dos ganhos mensais dos trabalhadores é de R$ 1.483 mil no ano de 2021, o que foi o menor valor entre os estados do Brasil. No país, a média foi 66% maior, no valor de R$ 2.476 mil.
Para se ter uma ideia da diferença, no Distrito Federal os trabalhadores possuem a maior média mensal no valor de R$ 4.188 mil.
Cerca de 1,1 milhão de pessoas em 2021, o que equivale a 35,7% da população do estado, teve algum rendimento de trabalho. A pesquisa ainda apontou que 60,2% dos habitantes do Piauí tiveram uma ou mais fontes de rendimento em 2021. Cerca de 33,4% tiveram ganhos oriundos de outras fontes como: aposentadoria e pensão (13,8%), aluguel e arrendamento (0,7%), pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (2,4%), além de outros rendimentos (17,9%).
O IBGE informou que os dados são com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e que os valores levam em consideração os rendimentos de todas as pessoas ocupadas, ou seja, inclui aquelas que trabalham de carteira assinada, na informalidade, no serviço público ou por conta própria, por exemplo. Também englobam as quantias ganhas em todos os trabalhos, nos casos em que uma pessoa tem mais de uma ocupação.
Bolsa Família
O Piauí também teve a maior proporção de domicílios com rendimento do Bolsa Família, com 25,8%. A taxa do Piauí é cerca de três vezes superior à média brasileira: no país, apenas 8,6% dos domicílios tiveram rendimentos provenientes do Bolsa Família em 2021.
Santa Catarina é o estado com menor proporção de residências com moradores que receberam o benefício, somente 1,9%.
Em números absolutos, houve um salto de 169 mil residências piauienses com rendimento do Bolsa Família em 2020, para 266 mil em 2021. Ainda assim, os valores registrados no ano passado são os segundos menores da série histórica. De 2012 a 2019, as proporções registradas no Piauí sempre superaram 35% e a quantidade de domicílios com benefício ultrapassava 350 mil.
Desigualdade entre sexos diminuiu
Dados do IBGE apontam que a diferença de rendimentos entre homens e mulheres do Piauí atingiu, em 2021, o menor patamar da série histórica.
No ano passado, as mulheres do Piauí ganharam 4,7% a menos que os homens do estado. No Piauí, a diferença sempre havia ficado acima de 8%, tendo atingido o pico em 2015, quando as mulheres tiveram rendimentos 21,8% menores que os homens.
Segundo o órgão, além de ter chegado ao nível mais baixo da série histórica em 2021, a desigualdade de rendimento entre os sexos foi a terceira menor do país. Apenas Amapá (-3,3%) e Tocantins (-0,71%) tiveram índices inferiores. No Brasil, a diferença média foi de -20%. O estado com maior disparidade foi Mato Grosso do Sul, onde as mulheres receberam 33,2% a menos.
Trabalhadores de cor parda ganham menos
Outro ponto da pesquisa é que os trabalhadores de cor parda são maioria no Piauí, mas ganham menos. Eles representam 70,1% das pessoas ocupadas, mas tiveram rendimentos médios menores do que aqueles de cores branca e preta em 2021.
Enquanto o rendimento médio das pessoas de cor preta foi de R$ 1.561 e das pessoas de cor branca foi de R$ 1.938, os ganhos das pessoas de cor parda foram de R$ 1.346, em média, no estado.
Isso significa que o rendimento médio das pessoas de cor preta foi 19,4% inferior aos ganhos das pessoas de cor branca no estado. A diferença se amplia entre as pessoas de cor parda e as de cor branca: os rendimentos foram 30,5% menores para os trabalhadores de cor parda.
Apesar de terem o maior rendimento médio, os trabalhadores de cor branca representavam apenas 19% do total de pessoas ocupadas no Piauí. Já os de cor preta eram 10,7% em 2021.
Com informações do IBGE