Projeto de Lei visa aumentar participação de mulheres em pesquisas médicas

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O projeto é uma forma de dar mais segurança às mulheres ao produzir estudos e pesquisas voltadas a elas e que levem em conta suas particularidades.

O Projeto de Lei 3611/2019, que está em tramitação, determina que as pesquisas clínicas ou biomédicas realizadas devem observar a paridade do percentual dos gêneros, buscando equiparar a quantidade de homens e mulheres.

 (sanjeri/Getty Images)

O autor do projeto, deputado federal Célio Silveira (MDB-GO), explica que o objetivo é aumentar a representatividade feminina nos estudos e produzir mais informações sobre elas. “Acredito que as mesmas doses aplicadas em ambos os sexos surtem diferentes resultados. Defendo a aprovação da nossa proposta para melhorar a segurança e eficácia dos medicamentos, além de ajudar na formulação de informações adequadas sobre os efeitos nas mulheres”, elucidou.

O projeto já foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Agora, a matéria está aguardando parecer do relator na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados. A título de comparação, desde 1993 as pesquisas feitas nos Estados Unidos devem incluir mulheres. 

Falta representação feminina

Essa exclusão de estudos científicos diferenciados, envolvendo as mulheres, é apontado como resultado do machismo enraizado na sociedade, que acaba trazendo muitos prejuízos às mulheres. Na área de pesquisa clínica não é diferente. O estudo JAMA Network Open, publicado em junho de 2021, avaliou como a carga de doenças está associada à representação feminina em ensaios clínicos nos Estados Unidos. 

Os pesquisadores realizaram uma pesquisa transversal usando informações de 20 mil estudos com mais de 5 milhões de participantes. Os pesquisadores descobriram que as mulheres eram consistentemente sub-representadas em estudos de oncologia, cardiologia, neurologia, imunologia e hematologia – resultado preocupante, já que doenças cardiológicas e câncer são as principais causas de morte entre as norte-americanas.

O médico endocrinologista Flavio Cadegiani, doutor em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), defende que as pesquisas deveriam analisar em separado os resultados em cada gênero, levando em conta suas particularidades. 

Além disso, o médico também ressalta que, pela sub-representação feminina, alguns problemas que acometem exclusivamente mulheres acabam não sendo diagnosticados de forma eficiente. “Um exemplo muito prático disso é como a gente ainda não consegue lidar bem, nem no âmbito da pesquisa, com as mulheres com endometriose. Endometriose é uma doença subdiagnosticada porque ela é de difícil localização às vezes nas imagens, então é a dor da mulher histérica, historicamente falando. Então a gente não consegue nem quantificar nem dimensionar as dores adequadamente, e a gente não acredita na mulher como um ato de misoginia”, elucidou.

O especialista explica que a diferença de gênero na pesquisa médica resulta em desvantagens concretas para pacientes mulheres, visto que as fisiologias do corpo da mulher e do homem são diferentes. 

Com informações do Brasil 61

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Polícia Federal coloca Bolsonaro como articulador do golpe

Até este momento, a sustentação feita pela defesa de Bolsonaro era de que ele não sabia de nada. A situação...

Detran do Piauí concede até 95% de desconto nos juros e multas decorrentes de atraso no pagamento do licenciamento veicular

O programa oferece diversas opções de pagamento, com descontos que podem variar de 70% a 95%. Proprietários de veículos já...

Expoapi 2024 deve gerar R$ 300 milhões em negócios e atrair 400 mil pessoas

O evento contará com leilões, ações de networking e shows com grandes atrações nacionais e locais, todos com entrada...

Rodrigo Martins, prefeito eleito de Bertolínia, participa do encontro Pactos pelo Piauí 

O encontro foi organizado pelo Governo do Piauí, em parceria com a APPM e a participação de órgãos federais. Por...
spot_img

Ao lado do superintendente do Senar, vereador Dr. Dilson Gomes visita serviços do Programa Saúde do Homem e Mulher Rural em Guadalupe

"Gostaria de parabenizar mais uma vez a iniciativa da prefeita Neidinha Lima, que coloca sempre a saúde como prioridade...

Empreendedora de Guadalupe é premiada no Sebrae Mulher de Negócios e celebra a conquista nacional

Premiação comemora 15 vencedoras, incluindo Luzilene Soares da Silva, de Guadalupe, em cinco categorias de atuação no Brasil. Quinze empreendedoras...
spot_img

Posts Recomendados