TCU aponta rombo de R$ 187,1 bi na previdência rural

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Gastos com benefícios somaram R$ 196,9 bi em 2024, enquanto arrecadação foi de apenas R$ 9,8 bi.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que a previdência rural fechou 2024 com um rombo de R$ 187,1 bilhões. No ano passado, os gastos com benefícios previdenciários voltados a pequenos produtores rurais, pescadores artesanais, indígenas e trabalhadores da agricultura familiar alcançaram R$ 196,9 bilhões, enquanto a arrecadação de contribuições somou apenas R$ 9,8 bilhões.

Foto: Imagem de jcomp no Freepik

O levantamento mostrou, ainda, que a política de previdência rural apresenta falhas graves em sua concepção. Apenas 22% dos requisitos avaliados foram plenamente atendidos, enquanto 78% tiveram cumprimento parcial, o que indica, segundo a Corte, fragilidades no entendimento das causas do problema e na identificação clara do público-alvo. Além disso, a ausência de dados dos segurados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) dificulta a comprovação da atividade rural e abre espaço para irregularidades.

Outro dado que chama a atenção é o nível elevado de judicialização. Em dezembro de 2024, 34,8% dos benefícios rurais foram concedidos por meio da Justiça, número significativamente maior do que os 13,8% registrados nos casos urbanos. Essa dependência de decisões judiciais aumenta os custos e sobrecarrega o sistema. 

Sonegação

O TCU também identificou o chamado “gap de sonegação”, que corresponde a valores não arrecadados por informalidade ou omissões fiscais, estimado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 2,6 bilhões apenas em 2024.

Instituída em 1963 pelo Estatuto do Trabalhador Rural, a política vem se ampliando ao longo das décadas. De 2015 a 2024, o número de benefícios pagos aumentou 49%, passando de 798 mil para 1,2 milhão. No ano passado, os benefícios rurais representaram 21,12% do total das despesas do INSS, pressionando ainda mais as contas públicas.

Diante do cenário, o TCU determinou que o Ministério da Previdência Social apresente, em até 180 dias, avaliações periódicas da política rural e elabore estudos em conjunto com o INSS e a Receita Federal para combater a sonegação. Além disso, o tribunal cobrou que o Executivo aperfeiçoe o controle da arrecadação entre os segurados especiais e proponha uma revisão estrutural da política pública com base nas conclusões alcançadas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Presidente da Câmara de Sebastião Leal busca bonificação de Natal para vereadores através de consulta ao TCE

Consulta enviada ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí sobre o pagamento do benefício não foi reconhecida, e...

Ataque a tiros deixa menina de 12 anos morta e homem ferido em Floriano

Uma menina de 12 anos, identificada como Ester Lourrane de Castro Aquino, morreu após ser atingida por um disparo...

Coren Capacita realiza ação de qualificação em Bertolínia e reúne profissionais da Enfermagem e do Samu

O município de Bertolínia recebeu, na quinta-feira (11), uma ação do Programa Coren Capacita, iniciativa do Conselho Regional de...

Deputado Júlio César participa de momento religioso durante festejos da padroeira de Guadalupe

O deputado federal Júlio César participou, na noite da última quinta-feira, 11 de dezembro, do novenário de Nossa Senhora...
spot_img

Após repercussão nacional com tantas pesquisas eleitorais no Piauí, procurador dá parecer favorável ao Progressistas

Parecer destaca impacto de levantamentos em Teresina e reforça necessidade de fiscalização pública, mesmo fora do período eleitoral Em parecer...

Deputado Dr. Marcus Kalume participa de formatura do Alfabetiza Piauí em Floriano; veja o vídeo

Deputado celebra conquista de 40 alunos em Floriano e ressalta impacto social da iniciativa, com ênfase na inclusão de...
spot_img

Posts Recomendados