As condições financeiras não foram detalhadas, pois seguem em negociação com as instituições.
O Conselho de Administração dos Correios autorizou, na sexta-feira (28), a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões para enfrentar a pior crise financeira da estatal em décadas. O crédito integra o plano emergencial de reestruturação da empresa e ainda precisa do aval da Secretaria do Tesouro Nacional, já que contará com garantia da União.

Em nota, a estatal informou que conclui a documentação necessária para envio ao Tesouro, responsável por avaliar as condições da operação. A presença da garantia federal reduz praticamente a zero o risco de inadimplência para os bancos envolvidos. As condições financeiras, entretanto, não foram detalhadas, pois seguem em negociação com as instituições credoras.
Segundo informações divulgadas, um consórcio formado por cinco bancos, Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra, apresentou a proposta de financiamento. A Caixa Econômica Federal participou das conversas iniciais, mas decidiu não avançar. Os termos atuais foram considerados mais vantajosos do que os discutidos anteriormente, embora o custo do crédito continue elevado, próximo de 136% do CDI. A retirada de exigências adicionais, como garantias via recebíveis futuros, facilitou a aprovação do plano. A decisão ocorre em meio a um cenário de forte deterioração financeira.
Entre janeiro e setembro de 2025, os Correios acumularam prejuízo de R$ 6 bilhões, quase três vezes o déficit registrado no mesmo período de 2024. A queda de receita em serviços internacionais, o aumento de despesas operacionais e o salto nos passivos trabalhistas pressionaram as contas da estatal, cuja receita líquida caiu para R$ 12,3 bilhões. O plano de reestruturação prevê três fases: estabilização imediata com o uso dos recursos do empréstimo, modernização e ajustes estruturais entre 2026 e 2027, e, a partir de 2027, a busca por parcerias estratégicas para recuperar competitividade no mercado logístico.







