País reduziu abate de vacas e aumentou inseminação artificial para acelerar produção de bezerros e atender demanda.
A alta no preço da carne bovina está longe de dar um alívio no orçamento do brasileiro. O custo da proteína subiu seis vezes mais do que a inflação nos últimos 12 meses e deve continuar valorizando por um bom tempo.
Só para se ter uma ideia, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 5,20% nos últimos 12 meses, a carne bovina registrou elevação de 29,51%.
Três fatores vêm contribuindo para a alta no preço da carne, segundo especialistas ouvidos pelo R7 Economize:
• Forte demanda internacional;
• Valorização do dólar; e
• Falta de gado no pasto para abate.
Thiago Bernardino Carvalho, pesquisador de pecuária do Cepea, afirma que “o abate de vaca adulta é o menor desde 2003”, mas não liga isso a um possível lobby dos pecuaristas.
O preço do novilho (vaca/boi) novo está alto e bem valorizado. Os pecuaristas estão deixando a vaca adulta no pasto para aumentar o número de bezerros e ganhar mais.
THIAGO BERNARDINO CARVALHO
Carvalho lembra que, por conta da crise de 2018, muitos produtores acabaram abatendo as vacas para reduzir os custos que vinham assumindo.
“Com isso, a produção de gado caiu. Agora, com a forte demanda, tanto nacional quanto internacional, os produtores estão segurando as fêmeas para elas reproduzirem e aumentarem a boiada.”
ECONOMIZE | Márcia Rodrigues, do R7