Haddad mencionou que o Ministério da Fazenda já apresentou ao BC dados que mostram que a economia do país suportaria a redução dos juros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou sua defesa pela redução da taxa básica de juros da economia brasileira, conhecida como taxa Selic. Durante um evento internacional organizado pelo Banco Central (BC) na cidade de São Paulo, o ministro afirmou que o país está pronto para iniciar um ciclo de queda nos juros e criticou a decisão do BC de manter a Selic em um nível elevado.
Haddad acredita que há espaço para iniciar um ciclo de redução dos juros. “No entanto, há uma equipe técnica no Comitê de Política Monetária do BC que está formada, e nós procuramos respeitar suas decisões”, relatou o ministro, comparando a situação aos cuidados com uma infecção, afirmando que é importante tomar a dose certa de antibiótico para que a economia possa se ajustar adequadamente.
Haddad mencionou que o Ministério da Fazenda já apresentou ao BC dados que mostram que a economia do país suportaria a redução dos juros e enfatizou que a gestão da economia do país deve visar o bem-estar das pessoas e a promoção do desenvolvimento com justiça social. “Somos servidores públicos, temos que servir a nossa população e promover o desenvolvimento com justiça social e, obviamente, em um evento do Banco Central, com baixas taxas de inflação”, disse o ministro, durante o evento.
Haddad ressaltou que o debate sobre a política de juros não deve ser uma “afronta” ao Banco Central e que o Ministério da Fazenda e o BC devem trabalhar em harmonia. “Devemos entender que discutir política monetária não é confrontar a autoridade monetária. Pelo contrário, todos nesta sala e os que nos assistem sabem que estamos buscando o mesmo objetivo”, garantiu.
Segundo Haddad, o Ministério da Fazenda e o Banco Central devem agir como duas partes de um mesmo organismo, lembrando que não há uma parte mais importante que a outra e que ambas devem trabalhar ativamente em prol de uma regulamentação adequada. Ele também destacou que o Brasil tem condições de estar na vanguarda do próximo ciclo de expansão da economia mundial e que o país tem a obrigação de buscar taxas de crescimento superiores à média global, considerando seu potencial em recursos naturais, humanos e tecnologia nacional.
“O Brasil está experimentando uma situação em que as taxas de inflação estão diminuindo, as projeções de crescimento estão sendo revisadas para cima e as condições internacionais, tanto comerciais quanto de reservas, graças à atuação do Banco Central, têm mostrado uma resiliência significativa. Acreditamos que o Brasil tem tudo para sair na frente no próximo ciclo de expansão, mesmo em um ambiente adverso”, declarou.
Com informações da Agência Brasil