Esse tipo de atividade de dopamina explica o desejo avassalador de estar constantemente com a pessoa amada nos estágios iniciais do amor.
Sabe o que acontece com o seu cérebro quando chega o amor? A pessquisadora Helen Fisher, do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana, EUA, explica que esse sentimento intenso é um dos sistemas cerebrais mais potentes desenvolvidos pelo ser humano.
Para investigar mais a fundo, a equipe colocou pessoas que estavam no começo de um relacionamento romântico (normalmente com menos de um ano) em máquinas de ressonância magnética para observar como seus cérebros funcionavam enquanto olhavam fotos dos parceiros.
Eles descobriram que houve um aumento na atividade em áreas do cérebro que contêm dopamina, um neurotransmissor responsável por controlar os sentimentos de desejo e prazer. Essas mesmas áreas são ativadas por substâncias como a cocaína, o que levou alguns especialistas a compararem o amor a uma forma de “vício natural”.
A droga do amor
Fisher afirma que o amor não vem do córtex cerebral – como muita gente pensa – nem das regiões ligadas às emoções, mas sim das áreas do cérebro ligadas ao impulso, foco e motivação.
Esse tipo de atividade de dopamina explica o desejo avassalador de estar constantemente com a pessoa amada nos estágios iniciais do amor.
E esse desejo pode ser tão intenso que algumas pessoas desejam o parceiro como desejam uma droga, segundo uma pesquisa preliminar conduzida por Sandra Langeslag, professora na Universidade do Missouri, em St. Louis.
Desejo bem maior
Outro estudo feito por Langeslag analisou o nível de desejo dos apaixonados.
Ela reuniu pessoas que consomem nicotina e mostrou fotos dos amantes e depois fotos de outras pessoas fumando.
Os participantes classificaram o desejo de estar com o parceiro muito mais alto do que o desejo de fumar.
O amor também é cego
O amor também pode levar as pessoas a ignorarem os defeitos do novo parceiro, o fenômeno conhecido como “amor é cego”.
Estudos mostram que quando apaixonado, o cérebro tende a ter menos atividade em regiões responsáveis pela tomada de decisões e avaliação dos outros.
Segundo Langeslag, podemos “suspender julgamentos negativos sobre a pessoa por quem amamos”.
Mas por que esse impulso tão poderoso existe?
Os cientistas acreditam que o amor romântico é essencial para a sobrevivência da espécie, uma vez que a ligação e o acasalamento são fundamentais para a perpetuação da nossa linhagem genética.
Em outras palavras, o amor é um impulso básico de acasalamento que evoluiu ao longo de milhões de anos para garantir a transmissão de nosso DNA para as gerações futuras.
E você, já se sentiu dominado pelo amor a ponto de perder a razão?
Com informações do The New York Times