O balanço é uma estimativa do impacto econômico e social do conflito no leste europeu.
A guerra entre Rússia e Ucrânia ameaça deixar 90% dos ucranianos em situação de extrema pobreza, informou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta quarta-feira (16).
O balanço é uma estimativa do impacto econômico e social do conflito no leste europeu. A Organização das Nações Unidas (ONU) teme um recuo da Ucrânia de décadas em termos de avanços sociais.
O representante da Pnud, Achim Steiner, em entrevista à agência Reuters, informou que está trabalhando em conjunto com o governo ucraniano para evitar o colapso da economia.
De acordo com um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na segunda-feira (14), acredita-se que a economia da Ucrânia deve cair em 10% em 2022 por conta da invasão russa, mas que a situação pode ficar ainda pior se o conflito durar por mais tempo.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.