O bloqueio no orçamento do IFPI é da ordem de R$ 10 milhões, em recursos destinados ao funcionamento da instituição, afetando diretamente contratos de água, energia, limpeza, vigilância, cozinha entre outros.
A decisão do Ministério da Educação (MEC) de realizar um corte de 14,5% de seu orçamento, vai fazer com que o Instituto Federal do Piauí (IFPI) perca cerca de R$ 10 milhões neste ano. O reitor Paulo Borges da Cunha, afirmou ao que a instituição só possui recursos para funcionar até setembro deste ano.
Atualmente, o IFPI atende 32 mil alunos, em 20 campi, disponibilizando 175 cursos técnicos, com 57 cursos de nível superior, 43 de especializações e 4 mestrados.
O reitor informou que foi pego de surpresa com a decisão do bloqueio do orçamento que afetou os institutos e universidades federais do país. O Ministério da Educação bloqueou na sexta-feira (27) 14,5%, o equivalente a R$ 3,23 bilhões, alegando que o objetivo é cumprir o teto de gastos públicos.
“Nos pegou de surpresa, eles não tiveram consideração com a gente, não fizeram uma reunião, e agora nós estamos com situação bem crítica, sem saber como vamos ficar nisso”, afirmou o reitor.
Ele explicou que no momento não é possível saber que áreas vão ser afetadas, mas que agora o instituto só consegue se manter em funcionamento até setembro deste ano. Paulo Borges afirmou que sem os R$ 10 milhões, os estudantes vão ser os mais afetados e que não existe qualquer possibilidade de novos investimentos.
“Estou agora fazendo contas para saber o que a gente pode fazer, porque só temos condição de funcionamento até setembro. Se eles não mudarem de ideia e debloquearem, vai comprometer os meses de outubro, novembro e dezembro. Estamos fazendo as contas para minimizar. Isso afeta o ensino, a pesquisa, compromete sobremaneira o serviço de restaurante que a gente oferta algo em torno de um milhão de refeições por ano, tem o transporte de alunos, em fim, um prejuízo muito grande. Não temos mais capacidade de investimento, então é um processo de sucateamento”, lamentou.
O reitor afirmou que espera uma ajuda da bancada federal para poder intermediar a situação e conseguir recursos para o instituto.
“O que queremos é que a bancada federal, seja sensível com o que está acontecendo, soltamos uma nota sobre esse bloqueio, dizendo o que está acontecendo para que a comunidade, os alunos fiquem cientes da situação. Me reuni hoje com o Merlong Solano para ajudar nisso, porque não sabemos ainda como podemos conseguir esses recursos, não sabemos qual o melhor canal para fazer essa interlocução, mas é um prejuízo muito grande que vai afetar sobremaneira o funcionamento”, destacou Paulo Borges.
Confira nota divulgada pelo IFPI:
A Reitoria do Instituto Federal do Piauí (IFPI), zelando pelo princípio da transparência na gestão pública, vem expressar à sua comunidade acadêmica e à sociedade piauiense, preocupação acerca da situação instalada pelo bloqueio linear de 14,5% de seu orçamento, anunciado na sexta-feira (27/5) pelo Governo Federal.
O bloqueio no orçamento do IFPI é da ordem de R$ 10 milhões, em recursos destinados ao funcionamento da instituição, afetando diretamente contratos de água, energia, limpeza, vigilância, cozinha entre outros. Comprometendo, assim, substancialmente os serviços prestados pelo IFPI à sua comunidade acadêmica e, consequentemente, à sociedade piauiense em especial as atividades de visitas técnicas, aquisição insumos de laboratórios, organização e participação em eventos acadêmicos, fomento à extensão e pesquisa além de comprometer o transporte de alunos e sua alimentação.
O reitor do IFPI, Paulo Borges da Cunha, faz um apelo aos parlamentares da bancada federal para que possam auxiliar com estratégias de planejamento frente ao bloqueio de orçamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) às Instituições de Ensino Federais, em especial, as do Estado do Piauí.
Ressaltamos que o IFPI é uma Instituição secular que tem prestado grande serviço promovendo uma educação de excelência, e, sobretudo, levando educação, arte, cultura e possibilidades de uma vida melhor para jovens e adultos de todas as classes sociais e de todo o Piauí.
Bárbara Rodrigues
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