Indústria discute acesso a remédio de cannabis pelo SUS

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O caminho da judicialização praticado no mercado de cannabis medicinal no país começa a esbarrar na pressão de um grupo de empresas que passou a ver na questão uma ameaça à concorrência.

De 2019 a 2021, subiu 455% a despesa da Secretaria de Saúde de SP com as ações judiciais de pacientes que obrigam o estado a bancar os tratamentos com remédio de maconha, segundo estudo da BRCann (associação do setor) e da frente parlamentar em defesa da indústria na Alesp.

Ainda conforme o estudo, o governo gastou quase R$ 20 milhões no ano passado com a aquisição de remédios de cannabis por determinação judicial. Além da preocupação com o custo sobre o estado, uma parte do mercado avalia que a judicialização pode estar beneficiando algumas empresas em detrimento de outras, o que prejudica a concorrência.

Para resolver o problema, a ideia em projeto de lei é que o estado comprasse e fizesse a distribuição do tratamento a base de cannabis pelo SUS, segundo o deputado Sergio Victor (Partido Novo).

“Isso permite que o estado se programe e faça compras melhores e possa ajudar mais gente nessas compras. Hoje, o estado já gasta uma grande quantia de dinheiro anual via judicialização. A gente quer que isso entre no Orçamento”, diz Victor.
Ele afirma que entre janeiro de 2019 e outubro de 2021, o estado gastou mais de R$ 38 milhões com importação de derivados de cannabis para fins medicinais para cumprir as decisões judiciais.

“Se abrisse processo licitatório e pudesse fazer uma compra de forma adequada, poderia comprar mais barato. Quando vem via judicialização, o estado tem que cumprir a medida. E na ação judicial, às vezes, a gente tem visto que a quantidade comprada para cada paciente fica acima do que o tratamento exige. Se o estado tiver o acompanhamento do tratamento, pode fazer compras melhores para atender os pacientes”, diz o deputado.

Tarso Araújo, diretor da BRCann, diz que o debate na Alesp pode ajudar a expandir o atendimento a outros pacientes que não têm acesso à judicialização para conseguir seus tratamentos com os canabinoides.

“O aumento das despesas da secretaria de saúde com estes produtos é o principal sintoma de que necessitamos de uma política para ampliação do acesso”, afirma.

Com informações do Folhapress

Gleison Fernandes
Gleison Fernandeshttps://portalcidadeluz.com.br
Editor Chefe do Portal Cidade Luz

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Bom Jesus, Uruçuí, Piripiri, Santa Filomena e Parnaíba impulsionam superávit comercial do Piauí em novembro

Municípios se destacam na exportação de soja e outros produtos, contribuindo para saldo positivo de US$ 58,7 milhões na...

Sul do Piauí receberá dois novos Procons em 2026; entenda o funcionamento

Iniciativa vai beneficiar cerca de 70 mil habitantes, facilitando o acesso a serviços de proteção e defesa do consumidor...

Vereador diz que processo no TCE-PI é político e justifica contratações feitas na implantação do posto de Identificação em Marcos Parente

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. O ex-presidente da Câmara Municipal de Marcos Parente, vereador Edmundo Pereira de Oliveira,...

Dois dias de cerimônias do ABC 2025 formam 72 alunos da rede municipal em Guadalupe

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. A rede municipal de ensino de Guadalupe encerrou, nesta sexta-feira, 5 de dezembro,...
spot_img

Favelas no Piauí têm baixa infraestrutura de drenagem; piores índices do Brasil

O Piauí possui o terceiro menor índice de favelas e comunidades urbanas com bueiros para o escoamento de água...

33,7% da população culpa o Governo Rafael Fonteles por falta d’água, segundo pesquisa

Levantamento do Instituto Divulga revela insatisfação com a qualidade e a falta de água na cidade; governo estadual e...
spot_img

Posts Recomendados