Insegurança alimentar atinge quase 40% dos lares piauienses, segundo IBGE

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24 mil domicílios saíram da insegurança alimentar em 2024, mas Estado ainda registra a terceira maior proporção de domicílios afetados pela insegurança alimentar no Brasil.

Quase quatro em cada dez domicílios do Piauí ainda enfrentam algum grau de insegurança alimentar, revela dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de uma leve melhora em relação ao ano anterior, o estado continua entre os três com maior proporção de famílias afetadas pela falta de acesso regular e adequado a alimentos no país.

Em 2024, cerca de 454 mil domicílios piauienses encontravam-se com algum grau de insegurança alimentar, uma redução de 24 mil domicílios em relação ao observado no estado em 2023, quando havia chegado a 478 mil. Em termos proporcionais, a queda na insegurança alimentar foi de 2,6 pontos percentuais, passando de 41,9% dos domicílios do estado em 2023 para 39,3% em 2024, terceira maior proporção de domicílios do país com a ocorrência de insegurança alimentar.

Consequentemente, a proporção de domicílios em segurança alimentar aumentou de 58,1% para 60,7% no estado. Esses dados foram obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada por meio de convênio entre o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

A pesquisa classifica a insegurança alimentar em três níveis:

  • Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade;
  • Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos;
  • Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.

Todos os três níveis de insegurança alimentar apresentaram redução nos domicílios piauienses de 2023 para 2024:

  • Nível leve: de 27,7% para 27,3%;
  • Nível moderado: de 8,8% para 8,1%;
  • Nível grave: de 5,4% para 4,0%.

Em relação ao nível grave, esse percentual representa 46 mil domicílios, onde moradores passaram por privação quantitativa de alimentos, atingindo tanto adultos quanto crianças e adolescentes. Dois estados possuem índice de insegurança alimentar nos domicílios superiores ao do Piauí: Pará (44,6%) e Roraima (43,6%). Por outro lado, as menores taxas foram observadas em Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%) e Rio Grande do Sul (14,8%).

Reprodução / IBGE

Insegurança alimentar no Brasil

No cenário nacional, a pesquisa identificou que o índice de insegurança alimentar nos domicílios brasileiros foi de 24,2% em 2024, alcançando 18,9 milhões de residências. O resultado representa uma melhora de 3,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando a insegurança alimentar afetava 21,1 milhões de unidades domiciliares.

Apesar da redução observada no Piauí e no país, os números ainda revelam um quadro preocupante, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a fome e a insegurança alimentar seguem atingindo uma parcela significativa da população.

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