Lei do Silêncio Positivo vai ajudar a democratizar internet no Brasil

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Em paralelo à implementação do 5G, operadoras precisam garantir o 4G em mais de 7.000 localidades que não contam com a tecnologia. E o efeito cascata vai ajudar indústria, comércio e população em geral.

Na prática, o 5G vai chegar aos poucos. A obrigação de cobertura em 2022, segundo o edital da Anatel, é de uma antena a cada 100 mil habitantes e apenas nas capitais brasileiras. Mas o mesmo edital obriga as operadoras que venceram o certame a levar o 4G a todas as localidades com mais de 600 habitantes já a partir do ano que vem. E elas são muitas: segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), são mais de 7.000, incluindo a periferia de grandes cidades.

É neste ponto que entra a Lei 14.424, que autoriza a instalação de infraestrutura de telecomunicações em áreas urbanas, caso o órgão competente não se manifeste em 60 dias. O chamado silêncio positivo vai gerar um círculo virtuoso da conectividade para mudar a indústria, o comércio e a vida das pessoas como um todo. Para cumprir a obrigatoriedade de levar o 4G onde ainda não há, as operadoras vão precisar instalar mais torres e postes, infraestruturas que não recebem autorização em municípios com legislação defasada. Torres que, nos próximos dois ou três anos, também servirão para a chegada do 5G em peso, quando a obrigação de cobertura aumenta – em 2025 a tecnologia de quinta geração chega a cidades com mais de 500 mil habitantes, com uma antena para cada 10 mil habitantes.

Luciano Stutz, presidente da Abrintel, explica que agora que a legislação permite a instalação da infraestrutura mesmo sem resposta dos órgãos municipais competentes, em situações mais complicadas as operadoras vão, sim, utilizar o dispositivo do silêncio positivo. Principalmente porque elas serão obrigadas a levar cobertura a uma comunidade que hoje não conta sequer com o 4G.

Segundo Stutz, a primeira leva do 5G está utilizando a estrutura já construída para o 4G, mas, à medida que a obrigação de cobertura aumentar, somada à obrigatoriedade do 4G, mais torres serão necessárias e o silêncio positivo, fundamental.

“Provavelmente, essa primeira rodada do 5G, que vai chegar esse ano nas capitais, não está tendo necessidade de colocar novas torres e postes. Mas para as localidades distantes do distrito sede do município, que é o caso da obrigação do 4G, que começa a valer a partir de 2023, vai ser muito utilizado o silêncio positivo. Porque é necessário nesses distritos, nessas periferias, a cobertura primária, ou seja, primeiro é preciso de uma torre alta, para iluminar uma grande área e, depois, fazer a densificação do sinal”, explica.

Menos desigualdade digital e social

Segundo estudo recente realizado pela Abrintel, na região metropolitana de seis capitais, incluindo Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, verificou-se que não é preciso ir ao interior para ficar sem internet. Ali mesmo, na periferia das grandes cidades, há tantas pessoas usando uma única estrutura que todos acabam ficando desconectados. Dentro de alguns anos, o 5G chegará a todos os lugares para mudar a medicina, a indústria, a mobilidade, a educação, mas, antes, será necessário conectar aqueles que ainda sequer têm internet.

“Lembrando que o 4G é a nossa realidade, é o 4G que muda a vida das pessoas que estão nessas periferias, que estão nas estradas. É o 4G que possibilita a criança fazer aula on-line a partir de casa, a gente fazer videoconferência e trabalhar a partir de casa. O 4G, hoje, é o que muda a realidade social e econômica das pessoas”, aponta Stutz.

Além das mais de 7.000 localidades com mais de 600 habitantes sem o 4G, receberão a tecnologia mais de 35 mil quilômetros de rodovias federais em todo o país. Segundo o presidente da Abrintel, o 4G já a partir de 2023, para quem não tem acesso, e o 5G, em seguida, vão promover o desenvolvimento do país nos mais diversos setores.

“Essa conectividade é ferramenta indispensável para reduzir a desigualdade digital e a desigualdade social, que andam lado a lado, e também para impulsionar o desenvolvimento econômico. O 4G é o que muda a vida das pessoas que não têm conectividade”, explica. 

Com informações do Brasil 61

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Ruas de Floriano são beneficiadas com pavimentação dos projetos ‘PLANMOB’ e ‘Avançar cidades’

Ao todo, já foram construídos 33 mil metros quadrados de pavimento, alcançando os bairros São Cristóvão, Canoas e Tiberão. A...

10 bombeiros do Piauí se deslocam para o Rio Grande do Sul em auxílio às vitimas de inundações

A previsão é que os militares piauienses cheguem no próximo fim-de-semana. Equipes de bombeiros militares do Piauí se deslocam neste...

Violão que pertencia a Marília Mendonça será rifado para ajudar vítimas das chuvas no RS

Família da cantora irá comprar água para enviar às famílias em situação crítica João Gustavo, irmão de Marília Mendonça, anunciou...

Campanha incentiva doação de leite materno para recém-nascidos

Meta é ampliar em 5% a oferta desse leite a bebês internados A doação de leite humano para recém-nascidos aumentou...
spot_img

Repasse federal ao RS com emendas parlamentares supera R$ 1 bilhão

Mudança na LDO deve liberar recursos diretamente para prefeituras O total de repasses do governo federal ao Rio Grande do...

Lula envia projeto para flexibilizar liberação de recursos para o RS

Proposta de decreto legislativo reconhece calamidade pública no estado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde...
spot_img

Posts Recomendados