Medicações antidepressivas podem afetar o desejo sexual; veja o que fazer

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Alguns destes remédios podem mexer com a libido, mas isso não é motivo para evitar (ou parar) o tratamento da depressão. Queixas são mais frequentes vindas das mulheres.

Pelo menos 12% dos brasileiros já receberam diagnóstico médico para depressão e 26,8% para ansiedade. Os dados são do Covitel 2023 – Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia.

Para tratar esses transtornos, muitos especialistas indicam os antidepressivos, medicamentos seguros e eficazes, que alteram o funcionamento de circuitos cerebrais que controlam o humor. O “problema” é que, para uma parcela dos pacientes, eles podem afetar o desejo sexual.

“Sabemos que os efeitos colaterais podem variar para cada paciente. Algumas medicações usadas para transtornos depressivos podem afetar o desejo sexual, pois interferem nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.”

— Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

E por que isso acontece? Os antidepressivos mais comuns utilizados para tratar a depressão são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS).

Divulgação

Esses medicamentos causam um aumento no nível da serotonina (responsável por transmitir as sensações de prazer e bem-estar) no cérebro e acabam tendo como efeito adverso a diminuição do nível da dopamina, o neurotransmissor que está ligado ao desejo e à excitação.

As queixas são mais frequentes vindas das mulheres. Os efeitos colaterais podem se manifestar na falta de desejo sexual, queda na lubrificação da vagina e dificuldade para atingir um orgasmo. No caso dos homens, o retardo na ejaculação é o principal efeito adverso observado no uso de antidepressivos.

Alerta

Mas a diminuição do desejo sexual NÃO é motivo para evitar o tratamento da depressão. A doença afeta a qualidade de vida num todo e provoca desinteresse geral por várias atividades. Inclusive, a depressão pode impactar na vida sexual.

O presidente da ABP lembra que a interrupção do tratamento pode desencadear novos episódios depressivos, podendo levar a consequências mais graves. E, geralmente, as queixas relacionadas a falta de libido e outros tipos de disfunções são relatadas no início do tratamento.

“O desejo sexual pode, sim, voltar após o corpo se acostumar com a medicação e se a doença estiver controlada. É fundamental conversar com o seu médico e seguir as orientações prescritas por ele”, completa Antônio Geraldo da Silva.

Como resolver

A comunicação entre paciente e médico é essencial no tratamento da depressão. Relatar os problemas com a libido é importante para que o especialista faça ajustes, como explica Marco Scanavino, psiquiatra e professor do departamento de psiquiatria do Western University, no Canadá.

Segundo ele, existem várias medidas para minimizar esses efeitos, como:

  • diminuir a dose do antidepressivo;
  • utilizar outros medicamentos que vão bloquear esse efeito colateral sexual;
  • tomar antidepressivo de outro grupo.

“Além disso, existem alguns antidepressivos que são de outro grupo que praticamente não causam essa diminuição de libido”, explica.

Por Mariana Garcia, g1

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
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